Alpes Literários

Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Robert Creeley - Autorretrato

A julgar pelo título do poema, o eu lírico se retrata como um velho turrão, incitado pelo avançar da idade, querendo se mostrar afirmativo e autossuficiente àqueles que encontra. Um tipo arrogante por opção.

Ele ama e rejeita a tudo e a todos, com semelhante fervor. E tem grande probabilidade de deparar com o vazio, nesse tresloucado apelo a uma vida sem compromissos, com a qual mortifica a si próprio.

J.A.R. – H.C.

Robert Creeley
(1926-2005)

Self-Portrait

He wants to be
a brutal old man,
an aggressive old man,
as dull, as brutal
as the emptiness around him,

He doesn’t want compromise,
nor to be ever nice
to anyone. Just mean,
and final in his brutal,
his total, rejection of it all.

He tried the sweet,
the gentle, the “oh,
let’s hold hands together”
and it was awful,
dull, brutally inconsequential.

Now he’ll stand on
his own dwindling legs.
His arms, his skin,
shrink daily. And
he loves, but hates equally.

Autorretrato
(Rembrandt: pintor holandês)

Autorretrato

Ele quer ser
um velho áspero,
um velho agressivo,
tão fastidioso, tão selvagem
quanto o vazio que o rodeia,

Ele não quer compromissos,
tampouco ser agradável
com ninguém. Bem assente,
e terminativo em sua brutal,
sua total, rejeição a tudo.

Tentou o suave,
o gentil, o “oh,
vamos nos dar as mãos”
e foi terrível,
tedioso, brutalmente inconsequente.

Agora ele se manterá
sobre suas próprias pernas declinantes.
Seus braços, sua pele,
engelham ao avançar dos dias. E a par disso,
ele ama, embora odeie por igual.

Referência:

CREELEY, Robert. Self-portrait. In: __________. Selected poems: 1945-2005. Edited by Benjamin Friedlander. Berkeley and Los Angeles, CA: University of California Press, 2008. p. 203.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Antonio Machado - Profissão de Fé

Apesar do título atribuído ao poema, as palavras que o conformam são bem mais explícitas quanto à incredulidade do poeta em relação a um Deus metafísico, e bem mais de acordo à concepção de que as deidades são criações humanas.

Ou, quando muito, notam-se nas reflexões de Machado nuanças de um pensamento panteísta, no qual Deus e o universo se manifestam unitariamente, sendo o mundo nada mais do que um dos aspectos do meramente divino. Quem saberá a realidade ao certo?!

J.A.R. – H.C.

Antonio Machado
(1875-1939)

Profesión de Fe

Dios no es el mar, está en el mar, riela
como luna en el agua, o aparece
como una blanca vela;
en el mar se despierta o se adormece.
Creó la mar, y nace
de la mar cual la nube y la tormenta;
es el Criador y la criatura lo hace;
su aliento es alma, y por el alma alienta.
Yo he de hacerte, mi Dios, cual tú me hiciste,
y para darte el alma que me diste
en mí te he de crear. Que el puro río
de caridad, que fluye eternamente,
fluya en mi corazón. ¡Seca, Dios mío,
de una fe sin amor la turbia fuente!

Tempestade sobre o Mar à Luz da Lua
(Ivan Aivazovsky: pintor russo)

Profissão de Fé

Deus não é o mar, está no mar, cintila
como lua n’água, ou se parece
como uma branca vela;
no mar ele desperta ou adormece.
Criou o mar, e nasce
do mar qual a nuvem e a tormenta;
é o Criador e a criatura o faz;
seu alento é alma, e pela alma alenta.
Hei de fazer-te, meu Deus, qual tu me fizeste,
e para dar-te a alma que me deste
em mim hei de criar-te. Que o puro rio
de caridade, que flui eternamente,
flua em meu coração. Seca, Deus meu,
de uma fé sem amor a turva fonte!

Referência:

MACHADO, Antonio. Profesión de fe. In: __________. Antología poética. Edición, introducción, notas, comentarios y apéndice de José Ángel Crespo. Madrid, ES: Anaya, 1986. p. 146. (Biblioteca Didáctica Anaya; v. 15)

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Archibald MacLeish - Psiquê com o Lume

O poeta defende a tese de que o amor é um mistério que ninguém será capaz de elucidar. Para tanto, Psiquê lança mão de uma vela para iluminar o rosto de Cupido, arisco como um pássaro que prima por sua liberdade.

Ou bem você controla o amor pela firmeza – segurando-o entre os dedos, de forma a mantê-lo desconhecido e invisível –, ou bem você o trata com liberdade – correndo o risco de ele se ir, passando a cantar em outra freguesia. Não há meio termo para a questão, segundo MacLeish!

J.A.R. – H.C.

Archibald MacLeish
(1892-1982)

Psyche with the Candle

Love which is the most difficult mystery
Asking from every young one answers
And most from those most eager and most beautiful −
Love is a bird in a fist:
To hold it hides it, to look at it lets it go.
It will twist loose if you lift so much as a finger.
It will stay if you cover it − stay but unknown and invisible.
Either you keep it forever with fist closed
Or let it fling
Singing in fervor of sun and in song vanish.
There is no answer other to this mystery.

From: “Actfive and Other Poems” (1948)

Pássaro na Mão
(Braldt Bralds: pintor holandês)

Psiquê com o Lume

O amor, que é o mais difícil mistério,
Exige respostas de cada jovem
E bem mais dos mais ardentes e belos –
O amor é um pássaro no punho:
Segurá-lo é ocultá-lo, contemplá-lo é deixá-lo ir.
Rodopiará desenvolto se levantares um dedo que seja.
Deter-se-á se o cobrires – deter-se-á, embora incógnito e invisível.
Ou por outra, podes mantê-lo para sempre com o punho cerrado
Ou deixá-lo revoar,
Trinando sob o fervor do sol e evanescido no canto.
Não há outra resposta para tal mistério.

Referência:

MACLEISH, Archibald. Psyche with the candle. In: __________. Collected poems: 1917-1952. Cambridge, MA: Houghton Mifflin Company Boston / The University Press Cambridge, 1952. p. 126.

domingo, 28 de agosto de 2016

Eugenio Montale - A um Jesuíta Moderno

Um cético poeta italiano alude, neste poema, a certo padre jesuíta francês, paleontólogo de formação, ninguém menos que Teilhard de Chardin, o qual, com sua iconoclasta obra, provocou consideráveis polêmicas no cerne da própria Igreja.

O poema está, como se observa, perpassado por fina ironia vertida contra as ideias da teologia evolutiva de Chardin, que não escaparia à crítica de Montale sobre a inadequação da linguagem antropomórfica empregada para se falar de Deus, ou de outro modo, de um Deus com características demasiado humanas.

J.A.R. – H.C.

Eugenio Montale
(1896-1981)

A un Gesuita Moderno

Paleontologo e prete, ad abundantiam
uomo di mondo, se vuoi farci credere
che un sentore di noi si stacchi dalla crosta
di quaggiù, meno crosta che paniccia,
per alloggiarsi poi nella noosfera
che avvolge le altre sfere o è in condominio
e sta nel tempo (!),
ti dirò che la pelle mi si aggriccia
quando ti ascolto. Il tempo non conclude
perchè non è neppure incominciato.
È neonato anche Dio. A noi di farlo
vivere o farne senza; a noi di uccidere
il tempo perchè in lui non è possibile
l'esistenza.

Teilhard de Chardin
(1881-1955)

A um Jesuíta Moderno

Paleontólogo e padre, ad abundantiam
homem do mundo, se queres fazer-nos crer
que um indício de nós se destaca da crosta
deste mundo, menos crosta que mingau,
para alojar-se depois na noosfera
que envolve as outras esferas ou com elas convive
imutável no tempo (!),
te digo que me arrepio todo
quando te ouço. O tempo nada termina
porque ele próprio nunca teve início.
Deus mesmo é recém-nascido. A nós cabe fazê-lo
viver ou viver sem ele; a nós matar
o tempo porque nele não é possível
a existência.

Referência:

MONTALE, Eugenio. A un gesuita moderno / A um jesuíta moderno. Tradução de Geraldo Holanda Cavalcanti. In: __________. Poesias. Edição bilíngue. Seleção, tradução e notas de Geraldo Holanda Cavalcanti. Prefácio de Luciana Stegagno Picchio. Rio de Janeiro, RJ: Record, 1997. Em italiano: p. 120; em português: p. 121.

sábado, 27 de agosto de 2016

Miguel Torga - Sísifo

A sina humana seria inglória luta de Sísifo contra a desventura? Torga sugere que enquanto não formos capazes de trilhar o caminho do futuro com liberdade, haveremos de recomeçar a cada manhã a nossa missão, realinhando-a às mais diletas quimeras a que aspiramos.

Trata-se de recolha insaciável de sucessivas ilusões no pomar, num cavalgar que bem pode ser quixotesca aventura, louca cavalgada contra moinhos de vento. Mas o que importa, se o relevante é a semeadura, de onde possamos extrair os frutos – ou os que virão depois de nós?!

J.A.R. – H.C.

Miguel Torga
(1907-1995)

Sísifo

Recomeça…
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.

Sísifo
(Tiziano Vecellio: pintor italiano)

Referência:

TORGA, Miguel. Sísifo. In: __________. Diário: vols. XIII a XVI. Diário XIII. 5ª edição conjunta. Alfragide, PT: D. Quixote, 1999. p. 20.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Manuel Alegre - É preciso saber por que se é triste

Tristeza a permear a mente de Manuel Alegre. Contradição?! (rs). Brincadeira à parte, o que o poeta de fato retrata é o sentimento que dá fluxo aos vaticínios com os quais se instrumentaliza o Fado, para ir bem fundo na alma lusitana...

E para acompanhar tamanha tristeza, nada melhor do que um fado bem popular – “Tudo isto é Fado” – na voz de uma intérprete lá de Belém do Pará, ela própria proveniente de uma família de portugueses: Fafá.

J.A.R. – H.C.

Manuel Alegre
(n. 1936)

Soneto

É preciso saber porque se é triste
é preciso dizer esta tristeza
que nós calamos tantas vezes mas existe
tão inútil em nós tão portuguesa.

É preciso dizê-la é preciso despi-la
é preciso matá-la perguntando
porquê esta tristeza como e quando
e porquê tão submissa tão tranquila.

Esta tristeza que nos prende em sua teia
esta tristeza aranha esta negra tristeza
Que não nos mata nem nos incendeia

Antes em nós semeia esta vileza
e envenena o nascer de qualquer ideia.
É preciso matar esta tristeza.

Em: “Praça da Canção” (1965)

Tudo isto é Fado
(Frederico Carvalho e Aníbal Nazaré)
Interpretação de Fafá de Belém

Referência:

ALEGRE, Manuel. Soneto. In: __________. Corazón polar y otros poemas: antología poética. Edición bilingüe. Prólogo de João de Melo. Traducción al español de María Tecla Portela Carreiro. Madrid, ES: Huerga y Fierro Editores, 2003. p. 72.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Ribeiro Couto - Discurso Afetuoso

O poeta deplora a poesia de seus pares que não vão além da porta de seus gabinetes, incapazes de experimentar os sentidos da vida, quer os que concorrem para a exaustão do tédio, quer aqueles que encerram as mais contundentes exteriorizações do mal.

Para eles, segundo Ribeiro Couto, o que há são apenas temas poéticos, para os quais se desenvolvem versos e versos, rimas e rimas, poemas e poemas, todos fundamentados em apuradas técnicas normativas, sem que, todavia, estejam aptos a derramar uma única gota de sangue!

J.A.R. – H.C.

Ribeiro Couto
(1898-1963)

Discurso Afetuoso

Ó poetas de gabinete,
Que da vida sabeis apenas a lição dos livros,
Vossa poesia é um jogo de palavras.
Vossa poesia é toda feita de habilidades de estilo,
Sem a marca um pouco suja da experiência vivida.
  
Não sabeis de nenhuma espécie de sofrimento,
De nenhum dos aspectos sedutores do mal,
Não sabeis de nada que está realmente na vida.

Não vos inquieta o desejo de quebrar a monotonia,
A exasperada fadiga das coisas iguais,
A saborosa audácia do mau gosto.

Tudo em vós é correto, frio, sem surpresas.

Ah, tudo que sabeis é através dos livros.
Não sofreis a curiosidade viciosa das aventuras,
Nem a mágoa dos meses vividos à toa,
Nem o bocejo que a mulher tão desejada provocará um dia.
Não conheceis o remorso das devassidões
E a desvairada esperança que há num amanhecer depois
da noite perdida.

Para vós não existe a vida: existem os temas poéticos.

Em: “Um Homem na Multidão” (1926)

Coruja Sábia
(Cornelis Bloemaert: gravurista e pintor holandês)

Referência:

COUTO, Ribeiro. Discurso afetuoso. In: __________. Poesias reunidas. Rio de Janeiro, GB: José Olympio, 1960. p. 131.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Johann Wolfgang von Goethe - Violeta

Eis aqui um poema de Goethe no qual uma pastora descuidada acaba por destruir uma bela violeta que em seu caminho estava, numa evidente metáfora de seu descaso pelo afeto manifestado pelo jovem poeta.

O poema foi musicado por Mozart, com pequenas alterações. Alterada do mesmo modo, como se vê, a tradução ao português, de autoria do escritor brasileiro Múcio Leão, que de um original em três estrofes, transformou o poema em seis estrofes de quatro versos.

J.A.R. – H.C.

Johann Wolfgang von Goethe
(1749-1832)
Retrato de Angelica Kauffmann

Das Veilchen

Ein Veilchen auf der Wiese stand
Gebückt in sich und unbekannt;
Es war ein herzigs Veilchen.
Da kam eine junge Schäferin
Mit leichtem Schritt und munterm Sinn
Daher, daher,
Die Wiese her, und sang.

Ach! denkt das Veilchen, wär ich nur
Die schönste Blume der Natur,
Ach, nur ein kleines Weilchen,
Bis mich das Liebchen abgepflückt
Und an dem Busen matt gedrückt,
Ach nur, ach nur
Ein Viertelstündchen lang!

Ach! aber ach! das Mädchen kam
Und nicht in acht das Veilchen nahm,
Ertrat das arme Veilchen.
Es sank und starb und freut’ sich noch:
Und sterb ich denn, so sterb ich doch
Durch sie, durch sie
Zu ihren Füßen doch.

Violeta
(Ysabel LeMay: artista canadense)

Violeta

Esquecida no prado, debruçada
Sobre si mesma, humilde e dolorosa
A violeta vivia e era ignorada
Da noite negra e da manhã radiosa.

Eis que na curva do caminho breve
Uma linda visão de mulher passa.
Vem, vai chegando, alegre, suave e leve
Uma pastora toda encanto e graça.

“Ai de mim!” – pensa a flor – “Ai se eu pudesse
Ser a mais bela flor da natureza
Para que a doce amada me colhesse
E no seio me trouxesse presa!

Ai se somente por um breve instante
Sobre o seu seio claro eu repousasse!
Se eu lhe beijasse a carne palpitante
E com o seu doce aroma a perfumasse!”

Mas ah! Veio a pastora indiferente
Nem atentou para a florzinha escrava!
Pisou a pobre... E a pobre alegremente
Ao ser calcada, trêmula, pensava:

“Ai que delícia, a de morrer agora,
A de morrer, cheia de amor infindo,
Pisada assim pela gentil pastora.
Pisada assim pelo seu pé tão lindo!”

Arleen Auger
(“Das Veilchen”: W. A. Mozart)

Referências:

Em Alemão

GOETHE, Johann Wolfgang von. Das veilchen. In: __________. 103 great poems / 103 meistergedichte. A dual-language book. Edited and translated by Stanley Appelbaum. Mineola, NY: Dove Publications Inc., 1999. p. 24.

Em Português

GOETHE, Johann Wolfgang von. A violeta. Tradução de Múcio Leão. In: JACKSON, W. M., INC. (Eds.). Tesouro da juventude: livro da poesia. São Paulo, SP: Gráfica Editora Brasileira Ltda., 1956. Vol. XI, p. 190.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Tristan Tzara - Para fazer um poema dadaísta

Um dos iniciadores do dadaísmo, Tzara, poeta romeno-francês de origem judaica, sugere uma forma bem humorada de se redigir poemas capazes de revelar os traços mais contundentes do movimento a que dera ensejo: o acaso como via de se alcançar a poesia!

Mas será mesmo que o resultado de uma colagem aleatória de palavras pode ser denominado “poesia”, ainda que, muito provavelmente, não venha a expressar qualquer sentido estético ou lógico para o leitor?!

J.A.R. – H.C.

Tristan Tzara
(1896-1963)

Pour faire un poème dadaïste

Pour faire un poème dadaïste
Prenez un journal.
Prenez des ciseaux.
Choisissez dans ce journal un article ayant la longueur
que vous comptez donner à votre poème.
Découpez l’article.
Découpez ensuite avec soin chacun des mots qui forment
cet article et mettez-les dans un sac.
Agitez doucement.
Sortez ensuite chaque coupure l’une après l’autre.
Copiez les consciencieusement dans l’ordre où elles ont quitté le sac.
Le poème vous ressemblera.
Et vous voilà un écrivain infiniment original et d’une
sensibilité charmante, encore qu’incomprise du vulgaire.

ABCD
(Raoul Hausmann: artista e escritor austríaco)

Para fazer um poema dadaísta

Para fazer um poema dadaísta
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você
deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam
esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma
sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.

Referências:

Em Francês

TZARA, Tristan. Pour faire un poème dadaïste. Disponível neste endereço. Acesso em: 27 jul. 2016.

Em Português

TZARA, Tristan. Para fazer um poema dadaísta. Tradução de Gilberto Mendonça Teles. In: TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. Petrópolis, RJ: Vozes, 1972. p. 103.