Alpes Literários

Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

domingo, 31 de julho de 2016

Luís Vaz de Camões - Coitado!

O poeta descreve os extremos em que vive, com aquele seu estilo inconfundível, elegante e intrincado, de tal modo retórico, que os dilemas sob os quais está imerso aí encontram fluxo tormentoso, levando-o à exaustão só para, logo além, retornarem cada vez mais candentes.

É um sofrimento que o faz migrar de um pólo a outro, de modo a revelar um espírito sem repouso, incapaz de comprazer-se no meramente ser e estar de cada momento, e daí extrair um flagrante de serenidade...

J.A.R. – H.C.

Luís Vaz de Camões
(1524-1580)

Coitado! Que em um tempo choro e rio

Coitado! Que em um tempo choro e rio;
Espero e temo, quero e aborreço;
Juntamente me alegro e entristeço;
Confio de uma causa e desconfio;

Voo sem asas; estou cego e guio;
Alcanço menos no que mais mereço;
Então falo melhor, quando emudeço;
Sem ter contradição sempre porfio;

Possível se me faz todo o impossível;
Intento, com mudar-me, estar-me quedo;
Usar de liberdade e ser cativo;

Queria visto ser, ser invisível;
Ver-me desenredado, amando o enredo;
Tais os extremos são com que hoje vivo!

Chegada da Família Real ao Brasil
(Geoffrey Hunt: artista britânico)

Referência:

CAMÕES, Luiz Vaz de. Coitado! Que em um tempo choro e rio. In: __________. Camões: 200 sonetos. Porto Alegre, RS: L&PM, 2010. p. 31. (Coleção ‘L&PM Pocket’; Vol. 109)

sábado, 30 de julho de 2016

Jorge de Lima - Não procureis qualquer nexo naquilo

Se o poeta é um fingidor, como sustenta Pessoa, tem sentido o que o autor alagoano Jorge de Lima sugere, ao alertar-nos para que não procuremos nexo naquilo que os vates pronunciam acordados.

Temos, então, fingimentos desconexos que, por mais paradoxais que sejam, conformam a “fala de Deus” saída do peito daqueles renegados (e antenados!) seres, perpassados pelas dores do mundo.

J.A.R. – H.C.

Jorge de Lima
(1893-1953)

Não procureis qualquer nexo naquilo

Não procureis qualquer nexo naquilo
que os poetas pronunciam acordados,
pois eles vivem no âmbito intranquilo
em que se agitam seres ignorados.

No meio de desertos habitados
só eles é que entendem o sigilo
dos que no mundo vivem sem asilo
parecendo com eles renegados.

Eles possuem, porém, milhões de antenas
distribuídas por todos os seus poros
aonde aportam do mundo suas penas.

São os que gritam quando tudo cala,
são os que vibram de si estranhos coros
para a fala de Deus que é sua fala.

Em: “Livro dos Sonetos” (1949)

Cruzando o Deserto
(Charles-Théodore Frère: pintor francês)

Referência:

LIMA, Jorge de. Não procureis qualquer nexo naquilo. In: __________. Antologia poética. Seleção e posfácio de Fábio de Souza Andrade. São Paulo, SP: Cosac Naify, 2014. p. 163.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Carlos Drummond de Andrade - Conclusão

Neste soneto de versos decassílabos, alguns rimados outros não, Drummond detém-se sobre os limites da linguagem na Lírica, analisando o que seja a poesia, ou bem melhor, o que ela não representa – “coxa, fúria, cabala” –, simples vocábulos que conectam o objeto ao nome que lhe atribuímos. Por extensão, nem o próprio belo seria poesia, segundo o poeta!

 

A julgar pela construção negadora de negação do itabirano – “o que não é poesia não tem fala” –, resta-nos a impressão de que, porventura, o poeta não esteja a afirmar que somente o verbalizável constitui poesia, senão que aquilo que não a encerra não tem o poder de reverberar, de ser presença tangível no mundo – ainda que no seu mundo interno, dada a latente sugestão de que a verdadeira expressão poética talvez não esteja nas palavras, mas no silêncio e na introspecção.

 

J.A.R. – H.C.

 

Carlos Drummond de Andrade

(1902-1987)

Retrato de Cândido Portinari

 

Conclusão

 

Os impactos de amor não são poesia

(tentaram ser: aspiração noturna).

A memória infantil e o outono pobre

vazam no verso de nossa urna diurna.

 

Que é poesia, o belo? Não é poesia,

e o que não é poesia não tem fala.

Nem o mistério em si nem velhos nomes

poesia são: coxa, fúria, cabala.

 

Então, desanimamos. Adeus, tudo!

A mala pronta, o corpo desprendido,

resta a alegria de estar só, e mudo.

 

De que se formam nossos poemas? Onde?

Que sonho envenenado lhes responde,

se o poeta é um ressentido, e o mais são nuvens?

 

Em: “Fazendeiro do Ar & Poesia Até Agora” (1953)

 

Leitora Pensativa

(Franz Dvorak: pintor tcheco)

 

Referência:

 

ANDRADE, Carlos Drummond. Conclusão. In: __________. Antologia poética (organizada pelo autor). 48. ed. Prefácio de Marco Lucchesi. Rio de Janeiro, RJ: Record, 2001. p. 254.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Gilberto Mendonça Teles - O Belo

O belo pode ser exprimível de diversas formas. E até objeto de teorias no domínio da Estética. Ou, ainda, ser tema de belas poesias, como neste caso, com quadras rimadas no esquema ‘aa-bb’ e raros versos de treze sílabas.

O poema desenrola-se num repertório de conceitos atinentes ao ideal de beleza, alguns nitidamente tentativos, outros presumidamente já assentados, enovelados com intuições e ânsias do próprio autor, na busca de expressar o que está para além do meramente conspícuo.

J.A.R. – H.C.

Gilberto Mendonça Teles
(n. 1931)

O Belo

Belo é o que me excita à fraude (como em Freud)
do invisível – escrita num céu de celuloide.
O que, chiste ou desejo, se manifesta e cala:
o espelho e seu lampejo, mola solta na mala.

Rampa de mim no mesmo ou no outro que me sobra,
o que ficou a esmo entre o rascunho e a obra,
o belo – esta carência da face mais secreta:
a cena da inocência no aceno do poeta.

Sem lapso de reserva, o seu remorso é tal
que sempre se conserva algum tique ou recalque.
Sem sujeito e cabresto, sem história, sem pecha,
o etc. do texto tem sua própria brecha.

Na sedução do risco há delírios, há febre,
há marcas de algo arisco como pulo de lebre.
Mas só na barra está o avesso delirante:
lá canta o sabiá com seu significante.

Pela palavra do Outro o espírito da letra
se transforma no potro sem falo que penetra
qualquer fenda, de lado, pela cárie do dente,
como um sílex afiado num vão do inconsciente.

Belo é assim o branco de tudo que te escreve,
o fragmento que arranco do silêncio, de leve,
o sonho que te solta de mim, quando perdido,
e no ermo da revolta te dá forma e sentido.

Se é belo o que me falta e me alimenta a gula
da coisa que te exalta e nunca te articula,
é belo o que te embala, o que sempre te mostra
na língua que te fala ou te degusta em ostra.

E mais que tudo é belo o que não vem à tona:
o fantasma e o castelo, os limites da zona
que sempre te reprime e te põe sempre à escuta
da luta do sublime, mas sem sublime e luta.

Cascata
(Daniel F. Gerhartz: pintor norte-americano)

Referência:

TELES, Gilberto Mendonça. O belo. In: __________. Melhores poemas de Gilberto Mendonça Teles. Introdução de Luiz Busatto. 4. ed. São Paulo, SP: Global, 2007. p. 169-170. (Coleção ‘Melhores Poemas’)

quarta-feira, 27 de julho de 2016

John Keats - Do ‘Endymion’

Augusto de Campos, com o seu inigualável talento para selecionar e traduzir poemas, verteu ao português este excerto introdutório do Livro I de ‘Endymion’, do poeta romântico inglês John Keats, baseado no homônimo mito grego do pastor que caiu nas graças da deusa da lua Selene.

O poema aborda o poder da natureza para, com suas maravilhas, hipnotizar-nos e suprimir, volta e meia, toda a tristeza que, porventura, venha a nos assolar. Nele, distintamente da história original, segundo a qual Selene visita o adormecido Endymion todas as noites, é Endymion que expressa a sua afeição por Diana.

J.A.R. – H.C.

John Keats
(1795-1821)

From ‘Endymion’

A thing of beauty is a joy for ever:
Its loveliness increases; it will never
Pass into nothingness; but still will keep
A bower quiet for us, and a sleep
Full of sweet dreams, and health, and quiet breathing.
Therefore, on every morrow, are we wreathing
A flowery band to bind us to the earth,
Spite of despondence, of the inhuman dearth
Of noble natures, of the gloomy days,
Of all the unhealthy and o’er-darkened ways
Made for our searching: yes, in spite of all,
Some shape of beauty moves away the pall
From our dark spirits. Such the sun, the moon,
Trees old and young, sprouting a shady boon
For simple sheep; and such are daffodils
With the green world they live in; and clear rills
That for themselves a cooling covert make
’Gainst the hot season; the mid forest brake,
Rich with a sprinkling of fair musk-rose blooms:
And such too is the grandeur of the dooms
We have imagined for the mighty dead;
All lovely tales that we have heard or read:
An endless fountain of immortal drink,
Pouring unto us from the heaven’s brink.

Endymion e Selene
(Filippo Lauri: pintor italiano)

Do ‘Endymion’

O que é belo há de ser eternamente
Uma alegria, e há de seguir presente.
Não morre; onde quer que a vida breve
Nos leve, há de nos dar um sono leve,
Cheio de sonhos e de calmo alento.
Assim, cabe tecer cada momento
Nessa grinalda que nos entretece
À terra, apesar da pouca messe
De nobres naturezas, das agruras,
Das nossas tristes aflições escuras,
Das duras dores. Sim, ainda que rara,
Alguma forma de beleza aclara
As névoas da alma. O sol e a lua estão
Luzindo e há sempre uma árvore onde vão
Sombrear-se as ovelhas; cravos, cachos
De uvas num mundo verde; riachos
Que refrescam, e o bálsamo da aragem
Que ameniza o calor; musgo, folhagem,
Campos, aromas, flores, grãos, sementes,
E a grandeza do fim que aos imponentes
Mortos pensamos recobrir de glória,
E os contos encantados na memória:
Fonte sem fim dessa imortal bebida
Que vem dos céus e alenta a nossa vida.

Referência:

KEATS, John. From ‘Endymion’ / Do ‘Endymion’. Tradução de Augusto de Campos. In: CAMPOS, Augusto de. Byron e Keats: entreversos. Edição bilíngue. Traduções de Augusto de Campos. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2009. Em inglês: p. 168; em português: 169.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Nuno Júdice - Lugones

O poeta português, neste poema de quadras rimadas, refere-se ao escritor e jornalista argentino Leopoldo Lugones, que cometeu suicídio ingerindo uma dose hiperbólica de cianureto.

Há no poema duas singulares menções: (i) ‘in vino veritas’, trecho da expressão latina ‘in vino veritas, in aqua sanitas’ ou ‘no vinho a verdade, na água a saúde’, cuja autoria atribui-se a Plínio, o Velho; e (ii) ‘farol glacial do inverno’ ou ‘farol glacial del invierno’ no original contido em ‘El Sol de Media Noche’, do autor argentino.

Em relação à primeira alusão, associa-se ao consabido fato de que ao se ingerir bebidas alcoólicas, quase sempre se experimenta uma sensação de libertação em relação aos freios éticos, de forma a deixar o espírito fluir na ‘verdade’ dos mais íntimos sentimentos ocultados no coração humano.

Quanto ao verso redigido por Lugones, quando associado à totalidade do poema ao qual pertence (vide endereço acima), permite entrever a prodigalidade das rimas algo excêntricas por ele empregadas, as quais, em outras de suas criações, tornam-se vezes sem conta multilíngues, misturando, v.g., o inglês, o espanhol e o latim – como no caso do excerto do provérbio citado por Júdice.

J.A.R. – H.C.

Nuno Júdice
(n. 1949)

Lugones

Só a poesia inspira a poesia,
como in vino veritas;
se a metáfora varia
as imagens são pretéritas.

O poeta ilude a hora,
o dicionário fica inconcluso.
Mas tudo o que se ignora
deixa o homem confuso.

Celebrava os pombais
que lhe nasciam no peito,
tão fortes como os ais
que o tornavam suspeito.

“Farol glacial do inverno”,
neste poema em que o meto
quis fugir do inferno
com um copo de cianeto.

Em: “Meditação sobre ruínas” (1995)

Leopoldo Lugones
(1874-1938)

Referência:

JÚDICE, Nuno. Lugones. In: COSTA E SILVA, Alberto da; BUENO, Alexei (Orgs.). Antologia da poesia portuguesa conteporânea: um panorama. Rio de Janeiro, RJ: Lacerda, 1999. p. 406.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Afonso Lopes Vieira - O Gato

Uma historinha venturosa de um gato que se põe à janela, desse modo usufruindo das comodidades da casa de seu dono: tal é o enredo do poema proposto pelo poeta lusitano Afonso L. Vieira.

A dormir, pensar e sonhar, o gato enrosca-se à vontade ronronando à luz do sol ou sob o frescor das noites de inverno, sem nutrir inveja de quem quer que seja, pássaros, cavalos ou peixes – em suma, de quaisquer seres viventes em ar, terra ou mar!

J.A.R. – H.C.

Afonso Lopes Vieira
(1878-1946)
Retrato de Columbano Bordalo Pinheiro

O Gato

O gato, à sua janela,
ao sol, que brilha fulgindo,
vai dormindo,
vai pensando
e vai sonhando:

– “Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
nem há outra melhor que ela...”

O gato, à sua janela,
ao sol, que brilha fulgindo,
vai dormindo,
vai pensando
e vai sonhando:

– Pelas noites de invernia,
quando o vento, num lamento,
muito lento, muito longo,
muito fundo, de agonia,
ruge e muge,
e a chuva bate à janela,
nos vidros, fina, a tinir...
ai como é bom,
ai como é bom dormir
ao serão, todo enroscado
ao pé do lume doirado,
fazendo ron-ron-ron-ron...

– “Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
nem há outra melhor que ela...”

O gato, à sua janela,
ao sol, que brilha fulgindo,
vai dormindo,
vai pensando
e vai sonhando:

– Não tenho inveja a ninguém:
nem aos pássaros do ar,
a voar;
nem aos cavalos saltando,
galopando;
nem aos peixinhos do mar,
a nadar;
Não tenho inveja a ninguém
aqui na minha janela,
onde me sinto tão bem...

– “Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
nem há outra melhor que ela...”

Gato à Janela
(Alexander Gunin: pintor russo)

Referência:

VIEIRA, Afonso Lopes. O gato. In: JACKSON, W. M., INC. (Eds.). Tesouro da juventude: livro da poesia. São Paulo, SP: Gráfica Editora Brasileira Ltda., 1956. Vol. X, p. 101.
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domingo, 24 de julho de 2016

Reinaldo Arenas - Envio

O poeta, cubano de origem, teclou o “f” para o mundo (rs). Basta ver o caráter furioso e macabro deste seu soneto, a evocar o Diabo e o seu mais alto dignitário, com o objetivo de conferir-lhe poderes para que possa transformar este mesmo mundo num ossuário.

Aliás, não só este mundo, como também centenas de universos: ora ora, desconhecem-se os motivos pelos quais, num veio devastador e niilista, o poeta quer por fim tanto aos escravos quanto aos proprietários...

J.A.R. – H.C.

Reinaldo Arenas Fuentes
(1943-1990)

Envío

Ruego al Diablo y a su más alto dignatario
acojan esta suerte de blasfemia
como se acoge un mal, una epidemia,
que acaba con esclavo y propietario.

Que acaba con esclavo y propietario
y si pudiera con la tierra entera,
pues, para serles franco, yo quisiera
convertir al mundo en un osario.

Convertir al mundo en un osario
y si pudiera todos los confines,
y si pudiera cientos de universos.

Ese es el propósito temerario
(no me hablen de rosas, amores o delfines)
que inspiraron estos furiosos versos.

Passeio
(Jean-Baptiste Debret: artista francês)

Envio

Rogo ao Diabo e a seu mais alto dignitário
para que acolham esta sorte de blasfêmia,
como se acolhe um mal, uma epidemia
que acaba com escravo e proprietário.

Que acaba com escravo e proprietário
e se pudesse com a terra inteira,
pois, para ser-lhes franco, eu quisera
converter o mundo num ossuário.

Converter o mundo num ossuário
e se pudesse todos os confins,
e se pudesse centenas de universos.

Esse é o propósito temerário
(não me falem de rosas, amores e delfins)
que inspiraram estes furiosos versos.

Referência:

ARENAS, Reinaldo. Envío. In: ARIQUE. Revista de Poesía. La Habana - Santiago de Chile - Miami, n. 28, jul-dec.2008. p. 12.

sábado, 23 de julho de 2016

Correia Garção - Ser Poeta não é coisa comum

O nome do lusitano Pedro António Correia Garção (1724-1772) se encontra no rol dos grandes poetas da literatura em língua portuguesa. No excerto abaixo, extraído de uma de suas sátiras, ele desdenha dos que julgam ser fácil a vida de poeta.

Afirma ele que, se assim o fosse, qualquer um poderia levar ao prelo epopeias e epopeias em frequência acelerada. Se tal ocorre, é porque se trata de um charlatão, não de um poeta. E se, de fato, poeta, logo se verá o rigor do método empregado e o tirocínio a sustentar o palácio da poesia.

J.A.R. – H.C.

Velhos Livros para Ler
(Frederick Spencer: pintor norte-americano)

Ser Poeta não é coisa comũa
(Excerto da Sátira III)

Ser Poeta não é coisa comũa, (*)
É dom divino que gênio apoucado
Nunca pode alcançar por mais que sua.

Mas este mesmo dom sem ser guiado
Pelas regras da Arte, ao precipício
Corre, como cavalo desbocado.

Que julgas tu? Que a Arte o seu princípio
Teve em subtis caprichos? A Razão
É sobre que se firma este edifício.

Oh, se não fosse assim, um charlatão
Dentro em dois meses, sem temor, ousara
Talvez dar Epopeias à impressão.

Natureza-Morta com Livros
(Josef Jurutka: artista húngaro)

Nota:

(*) Grafia no original que, suponho, a julgar pelo sentido do verso, corresponda à palavra “comum” dos dias de hoje.

Referência:

GARÇÃO, Correia. Ser Poeta não é coisa comua. In: __________. Obras completas. Texto fixado, prefácio e notas de António José Saraiva. Vol. I: Poesia Lírica e Satírica. Lisboa, PT: Livraria Sá da Costa Editora, 1957. Sátira III, p. 236-237. (“Coleção de Clássicos Sá da Costa”)