Dickinson se propõe, neste poema, a definir o que seja a manhã para cada
circunstância ou lugar, começando com associações rápidas e diretas, até
alcançar outras menos óbvias e mais provocantes.
Desse modo, a poetisa relaciona um fato da natureza a diferentes rotinas
humanas, distintos significados ou perspectivas, a depender da pessoa a que tal
fato estiver vinculado. Por exemplo: para a noiva, a manhã do dia do casamento
é algo como um fim de mundo, ou, nas palavras da própria Dickinson, um
apocalipse!
J.A.R. – H.C.
Emily Dickinson
(1830-1886)
“Morning” – means
“Milking” – to the Farmer
“Morning” – means “Milking” – to the Farmer –
Dawn – to the Tenerife –
Dice – to the Maid –
Morning means just Risk – to the Lover –
Just Revelation – to the Beloved –
Epicures – date a Breakfast – by it –
Brides – an Apocalypse –
Worlds – a Flood –
Faint-going Lives – Their Lapse from Sighing –
Faith – The Experiment of Our Lord −
A Filha do Fazendeiro
(John Everett Millais: pintor inglês)
“Manhã” significa “Ordenha” para o
granjeiro
“Manhã” significa “Ordenha”
para o granjeiro –
Alvorecer, para o
Tenerife –
Picar verdura, para a
criada –
Manhã significa tão
só perigo para o amante –
E apenas revelação
para a bem-amada –
Os epicuristas têm,
na manhã, o desjejum –
As noivas, um
apocalipse –
Os mundos, uma
inundação –
Vidas frágeis, o
alívio de seus ais –
A fé, a prova de Deus
Pai.
Referência:
DICKINSON, Emily. “Morning” – means “milking” – to the farmer / “Manhã” significa “ordenha”
para o granjeiro. Tradução de Ivo Bender. In: __________. Poemas escolhidos. Tradução de Ivo Bender. Porto Alegre, RS:
L&PM, 2011. Em inglês: p. 40; em português: p. 41. (Coleção ‘L&PM
Pocket’, v. 436)
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