Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sábado, 30 de outubro de 2010

Revista ISTOÉ - Cotejo entre os Governos FHC e Lula

Apresento, a seguir, alguns quadros e gráficos extraídos da "Revista ISTOÉ", que mostram bem a diferença entre os oito anos do governo Lula e os oito anos do governo Fernando Henrique. Não se ignoram alguns avanços que houve no governo FHC, mas daí a atribuir a melhora no plano social, ao longo do governo Lula, somente a tais avanços vai muito longe: tal é a razão de ele contar com uma margem de aprovação ao seu governo "nunca antes" atingida por nenhum outro presidente, ao repassar o poder para o seu sucessor (ou melhor, provavelmente, sucessora).
PIB PER CAPITA


PIB E EDUCAÇÃO


AVANÇOS SOCIAIS


RESERVAS INTERNACIONAIS E INVESTIMENTOS SOCIAIS


CONTROLE INFLACIONÁRIO


RELAÇÕES INTERNACIONAIS


JUROS E DÍVIDA PÚBLICA


OUTRAS INFORMAÇÕES ECONÔMICAS


ESCÂNDALOS NO GOVERNO FHC E GOVERNOS ESTADUAIS DO PSDB



(H.C. - J.A.R.)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pesquisas de Intenção de Voto – 2º Turno Presidente 2010 – Entre 10 e 13/10/10

A julgar pelas três primeiras pesquisas de intenção de voto para presidente, no segundo turno das eleições 2010, entre Dilma e Serra, considerando que os períodos de pesquisas transcorrem dos números obtidos pelo Datafolha, passando aos da Vox Populi, atingindo ao fim os do Ibope, o percentual de indecisos caiu de 7% para 6% e daí a 3%, e nulos e brancos oscilaram entre 4%, 6% e 5%, nessa ordem.

Com tais números, ainda que Serra consiga obter o voto dos 3% indecisos, detectados pelo Ibope mais recentemente, não conseguiria atingir o mínimo necessário para cobrir a diferença de 6% entre os 49% obtidos por Dilma e os 43% alcançados pelo candidato do PSDB na mesma pesquisa. Logo, apenas a mudança de votos, hoje declarados para Dilma, poderá mudar o resultado da eleição, isto se esses votos não forem anulados ou deixados em branco, mas apenas se migrarem para Serra.

A diferença percentual, em votos válidos, entre Dilma e Serra, passou de 7,9% na pesquisa do Datafolha, a 9,1% na do Vox Populi e daí a 6,5% na do Ibope, sendo que esta última contemplou entrevistas no próprio dia 13/10/10, quando então foi divulgada.

A margem de erro da pesquisa da Vox Populi limita-se a 1,8%, e a do Datafolha e do Ibope a 2%.

Quanto a tendências de crescimento ou descrescimento real das candidaturas na preferência popular, é absolutamente impossível concluir qualquer coisa neste momento, pois os três principais institutos de pesquisa erraram muito no primeiro turno - fora das suas margens de erro -, quando Dilma teve 46,9% dos votos válidos, para projeções de 53%, 51% e 50% da Vox Populi, do Ibope e do Datafolha, respectivamente.

Além disso, os percentuais atuais representam ganhos em ambas as candidaturas, o que impede de compará-los aos números do primeiro turno, tanto mais que, por ora, a disputa passou a apenas dois pleiteantes ao cargo de presidente.

Uma possível conclusão acerca dos números comparados das três entidades que apresentaram resultados de pesquisa até aqui para o segundo turno é a seguinte: a candidatura de Dilma encontra-se estável neste momento, pois Datafolha e Ibope apontam 49% do total de votos para ela, enquanto que o Vox Populi registrou 48%. Esses números ratificam a nossa tese anterior: como brancos e nulos ficam entre 4% e 6% em tais pesquisas, isso faz com que a percentagem de Serra se torne, automaticamente, inferior aos 50% dos votos válidos, o que implica a já mencionada necessidade de "roubar" eleitores hoje manifestamente propensos a votar na candidata do PT.

Esperemos os próximos movimentos, escândalos, debates e pesquisas. Esse final promete ser emocionante.

P.s.: Ainda não observei nenhum comentário na mídia ou na internet, sobre os efeitos que podem ter os feriados de segunda (1/11) e terça-feira (2/11) sobre as eleições. Estimo que, como os eleitores de Serra são os de maior renda - como as pesquisas vêm mostrando -, há a possibilidade de uma maior quantidade deles viajar a locais próximas ou remotos, abstendo-se portanto de votar. Isso pode comprometer os números finais a serem obtidos pelo candidato tucano.

(J.A.R./H.C.)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dilma, mostre que é de briga - Mino Carta

Reproduzimos, abaixo, matéria veiculada no site da revista "CartaCapital", da pena do colunista Mino Carta. Os sublinhados são nossos e representam bem o que pensa este blogueiro acerca do baixo nível em que vem se processando estas eleições presidenciais - aliás, a exemplo do que ocorreu com as outras duas eleições de Lula -, quando a imprensa paulista - diga-se, com todas as letras, "O Estado de São Paulo" e a "Folha de São Paulo", apoiados pela panfletária revista "Veja" - resolveu acreditar na completa ausência de inteligência do eleitor brasileiro, sem atentar para o fato de que o que pode ser melhor para São Paulo não necessariamente representa o melhor para o Brasil.

(J.A.R./H.C.)


DILMA, MOSTRE QUE É DE BRIGA - MINO CARTA

(8 de outubro de 2010 às 9:41h)

O Brasil merece a continuidade do governo Lula em lugar da ferocidade dos eleitores tucanos

As reações de milhares de navegantes da internet envolvidos na celebração dos resultados do primeiro turno como se significassem a derrota de Dilma Rousseff exibem toda a ferocidade – dos súditos de José Serra. Sem contar que a pressa de suas conclusões rima sinistramente com ilusões.

Escrevi ferocidade, e não me arrependo. Trata-se de um festival imponente de preconceitos e recalques, de raiva e ódio, de calúnias e mentiras, indigno de um país civilizado e democrático. É o destampatório de vetustos lugares-comuns cultivados por quem se atribui uma primazia de marca sulista em relação a regiões entendidas como fundões do Brasil. É o coro da arrogância, da prepotência, da ignorância, da vulgaridade.

É razoável supor que essa manifestação de intolerância goze da orquestração tucana, excitada pelo apoio maciço da mídia e pelos motes da campanha serrista. Entre eles, não custa acentuar, a fatídica intervenção da mulher do candidato do PSDB, Mônica, pronta a enxergar na opositora uma assassina de criancinhas. A onda violeta (cor do luto dos ritos católicos) contra a descriminalização do aborto contou com essa notável contribuição.

Ocorre recordar as pregações dos púlpitos italianos e espanhóis: verifica-se que a Igreja Católica não hesita em interferir na vida política de Estados laicos. Não são assassinos de criancinhas, no entanto, os parlamentares portugueses que aprovaram a descriminalização do aborto, em um país de larguíssima maioria católica. É uma lição para todos nós. Dilma Rousseff deixou claro ser contra o aborto “pessoalmente”. Não bastou. Os ricos têm todas as chances de praticar o crime sem correr risco algum. E os pobres? Que se moam.

A propaganda petista houve por bem retirar o assunto de sua pauta. É o que manda o figurino clássico, recuar em tempo hábil. Fernando Henrique Cardoso declarava-se ateu em 1986. Mudou de ideia depois de perder a Prefeitura de São Paulo para Jânio Quadros e imagino que a esta altura não se abstenha aos domingos de uma única, escassa missa. Se não for o caso de comungar.

A política exige certos, teatrais fingimentos. Não creio, porém, que os marqueteiros nativos sejam os melhores mestres em matéria. Esta moda do marqueteiro herdamos dos Estados Unidos, onde os professores são de outro nível, às vezes entre eles surgem psiquiatras de fama mundial e atores consagrados. Em relação ao pleito presidencial, as pesquisas falharam e os marqueteiros do PT também.

Leio nesses dias que Dilma foi explicitamente convidada por autoridades do seu partido a descer do salto alto. Se subiu, de quem a responsabilidade? De todo modo, se salto alto corresponde a uma campanha bem mais séria e correta do que a tucana, reconhecemos nela o mérito da candidata.

Acaba de chegar o momento do confronto direto, dos debates olhos nos olhos. Ao reiterar nosso apoio à candidatura de Dilma Rousseff, acreditamos, isto sim, que ela deva partir firmemente para a briga, o que, aliás, não discreparia do temperamento que lhe atribuem. Não para aderir ao tom leviano e brutalmente difamatório dos adversários, mas para desnudar, sem meias palavras, as diferenças entre o governo Lula e o de FHC. Profundas e concretas, dizem respeito a visões de vida e de mundo, e aos genuínos interesses do País, e a eles somente. Em busca da distribuição da riqueza e da inclusão de porções cada vez maiores da nação, para aproveitar eficazmente o nosso crescimento de emergente vitorioso.

CartaCapital está com Dilma Rousseff porque é a chance da continuidade e do aprofundamento das políticas benéficas promovidas pelo presidente Lula. E também porque o adágio virulento das reações tucanas soletra o desastre que o Brasil viveria ao cair em mãos tão ferozes.

P.S. Bem a propósito: a demissão de Maria Rita Kehl por ter defendido na sua coluna do Estado de S. Paulo a ascensão social das classes mais pobres prova que quem constantemente declara ameaçada a liberdade de imprensa não a pratica no seu rincão.

sábado, 9 de outubro de 2010

Pesquisa Datafolha - 8/10/10 - Eleições Presidenciais 2010


Acaba de ser veiculado pelo Datafolha o resultado da mais recente pesquisa de intenção de voto para o segundo turno das eleições presidenciais 2010, entre Dilma Rousseff e José Serra: 48% a 41% para a candidata do PT, com 7% de indecisos e uma margem de erro estimada em 2%. Tais números, em votos válidos, correspondem, respectivamente, a 54% e 46%, o que denota maior migração de votos, antes conferidos à candidata do PV, Marina Silva, ao postulante do PSDB.

Abstraídos esses números, um tema se coloca com maior peso na mídia: a questão do aborto, ora posta pelos candidatos de forma deslocada, para não dizer hipócrita, com clara vantagem eleitoral em favor de Serra. 

Senão vejamos: o problema legal não passa pela Presidência da República, pois alterações ao Código Penal pátrio não podem ser promovidas pelo(a) Presidente, via medida provisória, conforme prescreve o seguinte dispositivo constitucional:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a: 
[...]
b) direito penal, processual penal e processual civil.
Ademais, não consta tal matéria entre aquelas de iniciativa privativa do Presidente da República, no que tange à proposição de leis complementares ou ordinárias, no rol atrelado ao art. 61, §1º da C.F./88, porquanto o que a Carta Magna prescreve mesmo é a atribuição privativa da União - logo, do Congresso Nacional - para o trato de questões na seara penal, in verbis
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.
Bem se vê, então, que o trato da descriminalização do aborto não passa pela propositura da Presidência, e quaisquer incursões temáticas dos candidatos sobre a questão somente podem ser consideradas como uma aposta na ignorância normativa do eleitor e, obviamente, um jogo para angariar votos junto à significativa margem de eleitores evangélicos, manifestamente a clivagem que, talvez, tenha algum peso para a migração que, neste momento, se verifica em direção ao candidato tucano.

Obviamente que o debate público sobre questões candentes ao povo brasileiro, como um todo, fica à margem das proposições dos candidatos, como se houvéssemos regredido algumas centúrias no tempo e, com isso, convergido a um Estado democrático e teocrático ao mesmo tempo, se é que isso seja possível, quer no plano teórico quer no empírico.

Quanto nonsense! Só podemos reproduzir algumas palavras daquele que teve a sua própria palavra sacrificada: "Perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem!". Ou não: sabem muito bem o que perpetram quando em busca do poder ...

(J.A.R. - H.C.)