A poesia, como muitos já o fizeram em postagens anteriores deste
bloguinho, admite definições e definições, e, mesmo assim, persiste indefinida.
Mas, talvez, bastem para ela a expressão do autor e a sensibilidade do
leitor...
Szymborska pouco se importa em racionalizá-la ou teorizá-la, a isso se
agarrando como uma tábua de salvação. Para ela, há suficiência na escrita, onde
bem pode estar encerrada a sua essência e significado.
J.A.R. – H.C.
Wisława Szymborska
(1923-2012)
Niektórzy lubią poezję
Niektórzy –
czyli nie wszyscy.
Nawet nie większość wszystkich ale mniejszość.
Nie licząc szkół, gdzie się musi,
i samych poetów,
będzie tych osób chyba dwie na tysiąc.
Lubią –
ale lubi się także rosół z makaronem,
lubi się komplementy i
kolor niebieski,
lubi się stary szalik,
lubi się stawiać na swoim,
lubi sie głaskać psa.
Poezje –
tylko co to takiego poezja.
Niejedna chwiejna odpowiedź
na to pytanie już padła.
A ja nie wiem i nie
wiem i trzymam się tego
jak zbawiennej poręczy.
In: “Koniec i początek” (1993)
Jovem negro com cesta de frutas
e moça a acariciar um cão
(Antoine Coypel:
pintor francês)
Alguns gostam de poesia
Alguns –
ou seja nem todos.
Nem mesmo a maioria
de todos, mas a minoria.
Sem contar a escola
onde é obrigatório
e os próprios poetas
seriam talvez uns
dois em mil.
Gostam –
mas também se gosta
de canja de galinha,
gosta-se de
galanteios e da cor azul,
gosta-se de um xale
velho,
gosta-se de fazer o
que se tem vontade
gosta-se de afagar um
cão.
De poesia –
mas o que é isso,
poesia.
Muita resposta vaga
já foi dada a essa
pergunta.
Pois eu não sei e não
sei e me agarro a isso
como a uma tábua de
salvação.
Em: “Fim e começo” (1993)
Referência:
SZYMBORSKA, Wisława. Niektórzy lubią poezję / Alguns gostam de poesia. In: __________. Poemas. Seleção, tradução e prefácio de Regina Przybycien. Edição
Bilíngue. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2011. Em português: p. 91; em
polonês: p. 154.
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