Alpes Literários

Alpes Literários

Subtítulo

UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

domingo, 1 de janeiro de 2023

Elder James Olson - Pavana para o Ano Novo

É sobre a construção de um novo mundo, na virada de um ano para outro, que nos falam as três quintilhas deste poema: tudo, é claro, são metáforas no transcurso dos versos, devotados a uma espécie de transformação da alma e, por que não dizer, também do corpo, com o objetivo de fazer vibrar os carrilhões de uma nova manhã.

 

Precisamos tanger os fios da alma para recriar o paraíso agora, não depois, quando poderá ser tarde demais: esta pavana se revela como um oportuno chamado para que transitemos da noite para o dia, da escuridão das trevas para a mais bela luz da alvorada. Com efeito, vê-se a humanidade dotada de avançados mísseis teleguiados, mas totalmente desorientada no plano mental ou espiritual – âmbito no qual pouco avançamos em milênios!

 

J.A.R. – H.C.

 

Elder James Olson

(1909-1992)

 

Pavane for the New Year

 

Soul, plucking the many strings

Of my limbs like puppet’s, make them dance,

Dance, dance, in sombre joy,

That after all the sullen play

The old world falls, the new world forms.

 

A thought like music takes us now,

So like, that every soul must move,

Move in a most stately measure,

And souls and bodies tread in time

Till all the trembling towers fall down.

 

And now the stones arise again

Till all the world is built anew

And now in one accord like rhyme,

And we who wound the midnight clock

Hear the clock of morning chime.

 

Os carrilhões sob a névoa

(Peter Wood: pintor inglês)

 

Pavana para o Ano Novo

 

Alma, retesando as muitas cordas

De meus membros como fantoches, faça-os dançar,

Dançar, dançar, em sombria alegria,

Que depois de todo o jogo soturno

O velho mundo rui, um novo mundo se forma.

 

Um pensamento como a música nos leva agora,

De modo que cada alma deva se mover,

Se mover em medida mais imponente,

E almas e corpos marchem no tempo

Até que desabem todas as torres trêmulas.

 

E então se ergam as pedras de novo

Até que todo o mundo novamente esteja de pé,

Mas agora em um só ajuste, feito rima;

E nós, que damos corda ao relógio da meia-noite,

Ouçamos ressoar o relógio da manhã.

 

Referência:

 

OLSON, Elder James. Pavane for the new year. Poetry Magazine, Chicago, IL: Poetry Foundation, v. 73, n. 3, p. 150, dec. 1948. Disponível neste endereço. Acesso em: 23 dez. 2022.


Nenhum comentário:

Postar um comentário