A voz poética nos
versos da poetisa peruana é a de Bartleby, personagem do conto homônimo de
Herman Melville (1819-1891), esclarecidamente, um escriturário zeloso que, em dada oportunidade
faz valer a sua surpreendente vontade ao velho advogado, seu chefe, diante da tarefa
atinente ao exame de um pequeno documento: “Eu preferiria não a fazer”.
A educada, mas firme
resposta de Bartleby passa então a ser concebida como uma espécie de “resistência
passiva” a realizar qualquer coisa, para simplesmente existir: resolve, vez por
outra, escrever um pouco, mas logo desiste em favor de ficar olhando para as
paredes. Bartleby, assim, declina de ser instrumentalizado pela vontade de
terceiros, para se tornar um “elemento nulo” da ação. (rs)
J.A.R. – H.C.
Rossella Di Paolo
(n. 1960)
Tres para Bartleby
Ángelus caído
non serviam!
No soy el esclavo del
señor
de cierta edad.
No se hará en mí
según su palabra.
No se hará en mí el
verbo
carne de acción.
No serviré oh no
serviré
para nada.
Bartebly
(Claudia Martínez:
artista argentina)
Três para Bartleby
Angelus caído
non serviam!
Não sou o escravo do
senhor
de certa idade.
Não se fará em mim
segundo a sua
palavra.
Não se fará em mim o
verbo
carne de ação.
Não servirei oh não
servirei
para nada.
Referência:
DI PAOLO, Rossella.
Tres para Bartleby / Três para Bartleby. Tradução de Ana Lea Plaza. Revista
Brasileira. Fase VIII, out-nov-dez 2014, ano III, n. 81. Em espanhol: p.
234; em português: p. 235. Disponível neste
endereço. Acesso em: 2 out. 2022.
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