A reputação, vezes sem conta, muito representa no domínio da arte, tal
que obras sem maior relevância ou mesmo de valor estético limitado ou duvidoso granjeiam
fama entre o público, apenas pelo nome do artista que lhe firma a autoria.
O pouco conhecido poeta norte-americano Arthur Grissom retrata a
dificuldade de os artistas novatos granjearem prestígio na jurisdição desse
ofício, mesmo que dotados de indiscutível talento e capacidade para elaborar
belas obras.
J.A.R. – H.C.
Arthur Grissom
(1869-1910)
The Artist
He wrought with patience long and weary years
Upon his masterpiece, entitled “Fate”,
And dreamed sweet dreams, the while his crust he
ate,
And gave his work his soul, his strength, and
tears.
His task complete at last, he had no fears
The world would not pronounce his genius great.
But poor, unknown − pray, what could he create?
The mad world laughed, and gave not praise, but
jeers.
Impelled to ask wherein his work was wrong,
He sought, despairing, one whose art was dead,
But on whose brow were wreathed the bays of Fame:
The master gazed upon the picture long;
“It lacks one thing to make it great”, he said.
And signed the canvas with his own great name!
Autorretrato
(Élisabeth-Louise
Vigée-Le Brun: pintora francesa)
O Artista
Labutou ele com
paciência por longos e cansativos anos
Em sua obra-prima,
intitulada “Destino”,
E sonhou doces
sonhos, enquanto sua côdea de pão comia,
E deu ao trabalho sua
alma, sua força e lágrimas.
Completa a sua tarefa,
por fim, não tinha receios de que
O mundo deixaria de
se pronunciar sobre o seu notável gênio.
Mas pobre,
desconhecido – ora, o que poderia ele criar?
O louco mundo se riu,
e não lhe dedicou elogios, senão zombarias.
Impelido a perguntar onde
havia desacerto em seu trabalho,
Ele buscou,
desesperado, alguém cuja arte estivesse morta,
Mas cujo nome se achasse
envolto pelos louros da Fama:
O mestre contemplou a
imagem de cima abaixo;
“Falta-lhe uma coisa
para torná-la grande”, disse ele.
E assinou a tela com
o seu próprio nome prestigioso!
Referência:
GRISSOM, Arthur. The artist. In: STEDMAN, Edmund Clarence (Ed.). An American Anthology: 1787–1900.
Selections Illustrating the Editor’s Critical Review of American Poetry in the
Nineteenth Century. Sixth Impression. Boston and New York: Houghton, Mifflin
and Company, 1900. p. 762.
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