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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Gabino-Alejandro Carriedo - Branco sobre Branco

Um poeta – no caso, o espanhol Carriedo – descreve poeticamente a arte de um pintor russo – Malevitch –, um dos maiores representantes do denominado “Suprematismo”, arte abstracionista centrada em figuras geométricas básicas, em especial o círculo e o quadrado.

Segundo Carriedo, a pintura de Malevitch, em sua moldura, é condensação feito sereno, som e silêncio em suas manifestações tácteis, arrazoado verbal que transita pelo intelecto para se fazer compreender os seus propósitos.

J.A.R. – H.C.

Gabino-Alejandro Carriedo
(1923-1981)

Blanco sobre Blanco

(Lección poética de Malevitch)

Depositada en su lecho exacto
la pintura es ritmo, concierto;
armonia, que es equilibrio,
o concreción, que es lo sereno.

La pintura es doble cuadrado
sobre sí mismo, superpuesto,
doble frontera de la síntesis,
definición de lo geométrico.

Síntesis táctil del sonido,
la pintura es también silencio:
aquel de la naturaleza
que palpita en el arte auténtico.

O de aquella naturaleza
más cierta que había en los versos
del poeta Vicente Huidobro
que llevaba lo cierto dentro.

La pintura suprematista
de Malevitch es cal y yeso.
Arquitectura popular
pasada por el intelecto.

En: “Los lados del cubo” (1973)

No Branco II
(Kazimir Malevitch: pintor russo)

Branco sobre Branco

(Lição poética de Malevitch)

Depositada em seu leito exato
a pintura é ritmo, concerto;
harmonia, que é equilíbrio,
ou concreção, que é o sereno.

A pintura é duplo quadrado
sobre si mesmo, superposto,
dupla fronteira da síntese,
definição do geométrico.

Síntese táctil do som,
a pintura também é silêncio:
aquele da natureza
a palpitar na arte autêntica.

Ou daquela natureza
mais certa que havia nos versos
do poeta Vicente Huidobro
que dentro levava o certo.

A pintura suprematista
de Malevitch é cal e gesso.
Arquitetura popular
passada pelo intelecto.

Em: “Os lados do cubo” (1973)

Referência:

CARRIEDO, Gabino-Alejandro. Blanco sobre blanco. In: Poesía. Edición y notas de Concha Carriedo y Antonio Piedra. Prólogo de Fanny Rubio. Valladolid, ES: Fundación Jorge Guillén, 2006. p. 461.

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