Chartres é o esplendor do estilo arquitetônico gótico: as torres nas
mais desafiantes alturas, os vitrais filtrando a luz solar num esfuziante colorido, e
a alma bem pequenina confrontada com a imponência daquele templo dedicado à
Providência.
MacLeish não ficou indiferente ao poder de atração que emana dos contornos da catedral: pela eternidade ela suporta os nossos olhares, com muito mais
surpresa, para o poeta, do que o faz com todas as intempéries – vento, chuva, neve... – a
que está exposta.
J.A.R. – H.C.
Archibald MacLeish
(1892-1982)
Chartres
I do not wonder, stones,
You have withstood so long
The strong wind and the snows.
Were you not built to bear
The winter and the wind
That blows on the hill here?
But you have borne so long
Our eyes, our mortal eyes,
And are not worn.
Catedral de Chartres
(Chaïm Soutine:
pintor bielorrusso)
Chartres
Pedras, o que me
espanta
Não é que tenhais
resistido
Por tanto tempo a
tanto vento e a neve tanta:
Pois não vos tinham
construído
Para arrostar nesta
colina
O inverno e o vento
desabrido?
Meu espanto é que
suportais,
Sem vos gastardes,
nossos olhos,
Nossos olhos mortais.
Chartres - França
Referências:
Em Inglês
MACLEISH, Archibald. Chartres. In: __________. The collected poems: 1917-1952. Boston, MA: The Riverside Press
Cambridge / Houghton Mifflin Company, 1952. p. 27-28.
Em Português
MACLEISH, Archibald. Chartres. Tradução
de Manuel Bandeira. In: BANDEIRA, Manuel. Poemas traduzidos. 3. ed. Rio de
Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1956. p. 164. (Coleção “Rubáiyát”).
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