Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Sara Teasdale - A Solitária

Ver-se completa como “uma flor ou pedra”: tal é a abordagem que a poetisa norte-americana assume em relação à sua própria vida, distintamente do modo de ser quando ela era jovem, fase durante a qual sentia a necessidade de abrir-se com os que lhe achegavam.

Mas será possível uma autonomia tão radical assim? A metáfora da flor ou da pedra representaria muito bem esse postulado estado de coisas? Ou por outra: os botões das flores não seriam dependentes do solo, de onde extraem a potência para desabrochar com mais brilho à vista de seus admiradores?!

J.A.R. – H.C.

Sara Teasdale
(1884-1933)

The Solitary

My heart has grown rich with the passing of years,
I have less need now than when I was young
To share myself with every comer
Or shape my thoughts into words with my tongue.

It is one to me that they come or go
If I have myself and the drive of my will,
And strength to climb on a summer night
And watch the stars swarm over the hill.

Let them think I love them more than I do,
Let them think I care, though I go alone;
If it lifts their pride, what is it to me
Who am self-complete as a flower or a stone?

Vaso de Flores
(Rachel Ruysch: pintora holandesa)

A Solitária

Meu coração tem-se enriquecido com o passar dos anos,
Tenho menos necessidade agora do que quando era jovem
De franquear-me a todo recém-chegado
Ou converter minhas ideias em palavras por meio da língua.

Dá no mesmo que eles venham ou partam
Se tenho a mim mesma e o comando de minha vontade,
E a força para escalar a colina numa noite estival
E contemplar as estrelas que ali abundam.

Deixe-os pensar que os amo mais do que a mim,
Deixe-os pensar que me importo, ainda que sozinha caminhe;
Se alimentam o orgulho próprio, o que isso representa para mim
Que sou plena como uma flor ou pedra?

Referência:

TEASDALE, Sara. The solitary. In: RATTINER, Susan L. (Ed.). Great poems by american women: an anthology. Mineola, NY: Dover Publications Inc., 1998. p. 190.

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