Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quinta-feira, 16 de julho de 2015

William B. Yeats - A Escolha

Num aparente embate entre a vida virtuosa e a de conquistas, num enfoque que muito relembra a máxima do Eclesiastes “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade.”, o poema “A Escolha”, do irlandês W. B. Yeats, pode assim ser examinado à luz da opção entre duas veredas: a da vivência filosófica, espiritual, ou a do esforço por ganhos materiais.

Pelo que se depreende das primeiras palavras do poema, Yeats confronta a busca do conhecimento, da perfeição da alma, do idealismo, dos princípios éticos e morais (“perfeição da vida”), ao apoio das preocupações mundanas, pragmáticas, tangíveis (“perfeição do trabalho”). Em meio a tais pensamentos, lembrei-me de uma outra passagem bíblica:

Mateus 6: 19,20 – Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.

J.A.R. – H.C.

William B. Yeats
(1865-1939)

The Choice

The intellect of man is forced to choose
Perfection of the life, or of the work,
And if it take the second must refuse
A heavenly mansion, raging in the dark.

When all that story’s finished, what’s the news?
In luck or out the toil has left its mark:
That old perplexity an empty purse,
Or the day’s vanity, the night’s remorse.

A Escolha de Hércules
(Annibale Carracci: pintor italiano)

A Escolha

O intelecto do homem é forçado a escolher
A perfeição da vida, ou do trabalho
E se escolhe a segunda tem de recusar
Uma mansão celeste, enfurecendo-se em segredo.

Quando tudo acabar, o que haverá de novo?
Com sorte ou sem ela a labuta deixou as suas marcas:
Essa velha perplexidade é a bolsa vazia,
Ou a vaidade do dia, o remorso da noite.

Referência:

YEATS, William B. The choice. In: ______. The collected poems of W. B. Yeats. Revised 2nd edition. Edited by Richard J. Finneran. New York, NY: Collier Books  MacMillan Publishing Company, 1989. p. 246-247

Em português:

YEATS, William B. A escolha. Tradução de Maria de Lourdes Guimarães e Laureano Silveira. Disponível neste endereço. Acesso em: 7 jul. 2015.

Um comentário:

  1. a ideia de que tudo e fugidio ou quase tudo nos e ancestral a reflexao que o poema promove e precisa e bela que haja imersao e havera em quem o ler esclarecimento nas escolhas e o que se espera

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