Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Emily Dickinson - A revolução é a semente

Emily Dickinson, a renomada poetisa norte-americana, parece ter cadeira cativa neste blog. Afinal, há aqui bastantes postagens com poemas seus. E claro, isso revela que, para além de seus méritos, há também, de nossa parte, suficiente apreço por sua obra.

Por isso, seguimos em nossa idiossincrática seleção entre os seus mais variados poemas. E desta feita, temos um sobre a revolução, no qual, ao se apreciar a mensagem por trás de sua incontestável metáfora, fica por um fio a conexão com estados políticos revolutos. Ou seja: a metáfora, num plano meramente inteligível, quase se limita à realidade das idas e vindas das quatro estações do ano.

J.A.R. – H.C.

Emily Dickinson
(1830-1886)

Revolution is the Pod

Revolution is the Pod
Systems rattle from
When the Winds of Will are stirred
Excellent is Bloom

But except its Russet Base
Every Summer be
The Entomber of itself,
So of Liberty −

Left inactive on the Stalk
All its Purple fled
Revolution shakes It for
Test if it be dead.

Washington entrando em Nova York
(25.11.1783)
(A. H. Ritchie: pintor e gravador escocês)

A revolução é a semente

A revolução é a semente
De onde saem os sistemas.
Quando sopram os ventos da vontade
Excelente é a flor.

Mas, exceto pelo cepo áspero
Todo verão é
O coveiro de si mesmo,
E da liberdade.

Abandonada no caule
Toda a sua púrpura fugiu.
A revolução sacode-a
Para provar se está morta.

Referências:

Em inglês:

DICKINSON, Emily. Revolution is the pod. In: __________. The complete poems of Emily Dickinson. Edited by Thomas H. Johnson. Boston, MA: Little, Brown and Company, 1960. p. 490-491.

Em Português:

DICKINSON, Emily. A revolução é a semente. In: JOHNSON, Thomas. Mistério e solidão: a vida e a obra de Emily Dickinson. Tradução de Vera das Neves Pedroso. 1. ed. Rio de Janeiro, RJ: Lidador, 1965. p. 31.

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