O poeta joga com a
lógica probabilística para questionar as razões pelas quais seria ele o único
homem para quem sua companheira “é toda a felicidade no mundo”, enquanto há miríades
de homens sobre a terra que, desconhecendo-a ou tendo-a amado por algum tempo, desfrutam,
por igual, de uma felicidade tão ou mais intensa.
Há quem diga que tal
fato se deve aos efeitos do arroubo amoroso do falante em relação à parceira.
Contudo, afirmam os psicólogos, melhor seria que o ente lírico se encontrasse
em uma relação na qual compartilhasse a sua felicidade com a consorte, pois que
depositar exaustivas expectativas de felicidade em outra pessoa equivaleria a
uma fórmula segura para futuros desencantos.
J.A.R. – H.C.
Rogelio Echavarría
(1926-2017)
La Felicidad
Hay miríadas de seres
en el Universo
que son felices – y
no te conocen.
Millones de personas
en la tierra
son felices – e
ignoran que existes.
Muchos también te han
visto
y son felices sin
amarte.
Y algunos que te
amaron
disfrutan de un feliz
olvido.
¿Por qué, pues, soy
yo el único hombre
para quien tú eres
toda la felicidad en el mundo?
Essa feliz inquietude
(Alida
Spiranec-Sestan: artista croata)
A Felicidade
Há miríades de seres
no Universo
que são felizes – e
não te conhecem.
Milhões de pessoas na
terra
são felizes – e
ignoram que existes.
Muitos também te
viram
e são felizes sem te amar.
E alguns que te
amaram
desfrutam de um feliz
esquecimento.
Por que, pois, sou eu
o único homem
para quem tu és toda
a felicidade no mundo?
Referência:
ECHAVARRÍA, Rogelio.
La felicidad. In: COTE, Ramón (Comp.). Antología de poesía colombiana
contemporánea. Bogotá, CO: Ministerio de Cultura; Biblioteca Nacional de
Colombia, 2018. p. 91. (BC Literatura: Biblioteca Básica de Cultura Colombiana)
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