O jornalista, editor e poeta baiano dedica este breve poema ao escritor alemão, autor da obra de onde provém o nome da personagem que dá título a este blog: a “montanha mágica”, aqui, seria um lugar de inflexão na vida, ponto de conversão dos matizes crepusculares de um ciclo labiríntico, até então pervagado, aos fulgores da aurora de um novo ser.
O sentido mágico e desafiador dessa transfiguração seria, penso eu, a superação do caos por uma vida mais propensa ao equilíbrio e à ordem, um renascimento para outras formas de se expor à passagem do tempo, acedendo a outros tantos graus de liberdade, decerto a mais sabedoria – tudo em linha, por suposto, com experiências poéticas dignas do nome.
J.A.R. – H.C.
Ivan de Almeida
(Salvador - BA)
Montanha Mágica
A Thomas Mann
Um ciclo labiríntico
se fecha no limiar do crepúsculo
e na aurora do ser
essencial ao despertar para o renascimento
raia meu cogitar sobre a paisagem
onde me lanço para além do firmamento
e guardo o sol
profundo e magnético
enigmático
no instante em que inicio novo preâmbulo
cujo desafio maior
é superar a montanha mágica da vida.
A Montanha Mágica
(Catherine Clare: pintora francesa)
Referência:
ALMEIDA, Ivan de. Montanha Mágica. In:
__________ (Org.). Mundo: antologia poética (22 poetas). Salvador, BA:
Cogito, 2013. p. 49.
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