Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Luiz Carlos López - O Ano Novo

Tantas promessas para o ano que começa e, no entanto, o que mais se vê é a vida seguindo em sua rotina: no sentido humano, a mulher que passa anunciando venda de queijo e pão, e, no material, as coisas carecendo de manutenção, a exemplo de um casarão em estado tão precário que o menor toque poderá fazê-lo desabar...

Assim é a vida: exceto quando haja uma revolução de caso pensado, as mudanças ocorrem sempre lentamente – nos hábitos, nos valores, na cultura, no patrimônio que compõe o acervo de uma dada sociedade –, quando, então, se torna potencialmente mais capacitada para prestar sua contribuição às conquistas da humanidade.

J.A.R. – H.C.

Luiz Carlos López
(1879-1950)

El Año Nuevo

Happy new year.
Gadeon

Todo es lo mismo: ayer
pasó, como ahora pasa,
Ia mujer
que vende a gritos queso y pan. La casa
vecina, un caserón
tan ruinoso que no resiste un tajo
ni un ligero em pujón,
no se ha venido abajo...
La calleja
tal cual. Y en el agudo
triângulo de una teja,
mudo y senil asoma el sol. ¿Qué hacer
para ir tras el imán
del optimismo en un amanecer
que huele a queso y pan?

En: “Varios a varios: cuartos de hora”

Uma Rua de Liverpool
(John Atkinson Grimshaw: pintor inglês)

O Ano Novo

Happy new year.
Gadeon

Tudo é o mesmo: ontem
passou, como agora passa,
a mulher
que vende a gritos queijo e pão. A casa
vizinha, um casarão
tão ruinoso que não resiste a um golpe
nem a um leve soco,
não veio abaixo...
A viela tal e qual. E no agudo
triângulo de uma telha,
assoma o sol, mudo e senil. O que fazer
para ir atrás do ímã
do otimismo num amanhecer
que recende a queijo e pão?

Referência:

LÓPEZ, Luz Carlos. El año nuevo. In: __________. Obra poética. Selección, prólogo, cronología y bibliografía por Guillermo Alberto Arévalo. Caracas, VE: Biblioteca Ayacucho, 1994. p. 55. (“Biblioteca Ayacucho”; v. CCVII)


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