No livro em referência não há numeração de páginas e, por isso, se
identifica o poema abaixo pelo seu número – 9 (nove) – dos 100 (cem) que foram
vertidos ao português por José Tadeu Arantes, a partir da tradução ao inglês do
polímata bengali Rabindranath Tagore.
O Eterno é o tema do poema, cujo autor se prende a afirmar o quanto de
incerteza há na ontologia divina. Ninguém a provar que Ele existe ou não
existe, embora se encontrem figuras, como o biólogo evolutivo inglês Richard
Dawkins, que, desde a testada de uma de suas obras mais famosas, sustenta que
Deus não passa de um “delírio”. Se tem ou não razão, prefiro abster-me de tecer
comentários!
J.A.R. – H.C.
Kabir
(1440-1518)
Poema nº 9
Como dizer o que não
pode ser dito?
Como dizer “Ele não é
isso” ou “Ele é aquilo”?
Se disser: “Ele está
dentro de mim”, envergonharei o universo.
Se disser: “Ele está
fora”, que loucura estarei dizendo!
Ele torna interior e
exterior indiscerníveis.
De fato, Ele não está
desvelado, nem coberto de véus.
O manifesto e o
imanifesto são apenas o escabelo de seus pés.
Jamais houve ou
haverá palavra que diga o que Ele é.
A cidade eterna
(Megan A. Duncanson:
pintora norte-americana)
Referência:
KABIR. [9] Como dizer o que não pode
ser dito?. Tradução de José Tadeu Arantes. Kabir:
cem poemas. Seleção e tradução ao inglês de R. Tagore. Tradução, ensaios e
notas de José Tadeu Arantes. São Paulo: Attar, 2013.
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Uma observação com respeito à paginação da obra de onde foram extraídos os poemas acima: verifiquei, com um certo atraso, que há numeração nas páginas do livro apenas nas partes que precede os poemas (até a página 26) e que os sucede (da página 131 até 135).
ResponderExcluirNesse sentido, pode-se obter a página onde inserto o aludido poema, a saber: Poema nº 9 - p. 37.
João A. Rodrigues