Alpes Literários

Alpes Literários

Subtítulo

UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Frei Luis de León - Ode XXIII - Na saída do cárcere

Não avaliaria nada distante deste Pindorama, se o frei espanhol tivesse sido aprisionado pela autodenominada “justiça” curitibana: exatamente a inveja e a mentira são os denominadores comuns das sentenças que prolata, tudo porque espera “entregar” mais facilmente a “injustiça” que de fato defende, enquanto se abarrota com auxílios-moradia ou que tais.

 

É o “mundo malvado” a que se reporta De León: joga no cárcere quem ousa evidenciar os descalabros dos que detêm o poder e dele lançam mão para perpetuar as benesses trazidas pelo assalto ao erário, o qual é provido, em última instância, pelo povo – que, no caso em exame, é apenas um detalhe!

 

J.A.R. – H.C.

 

Frei Luis de León

(1527-1591)

 

Oda XXIII

A la salida de Ia cárcel

 

Aqui Ia envidia y mentira

me tuvieron encerrado.

Dichoso el humilde estado

del sabio que se retira

de aqueste mundo malvado,

y con pobre mesa y casa

en el campo deleitoso

con sólo Dios se compasa

y a solas su vida pasa

ni envidiado ni envidioso.

 

A libertação de São Pedro

(Antonio de Bellis: pintor italiano)

 

Ode XXIII

Na saída do cárcere

 

Aqui a inveja e a mentira

me tiveram encerrado.

Ditoso o humilde estado

do sábio que se retira

deste mundo tão malvado,

e com casa e mesa escassa

no campo tão deleitoso

só com Deus bem se congraça

e a sós sua vida não passa

invejado ou invejoso.

 

Referência:

 

LEÓN, Frei Luis de. Ode XXIII - A la saída de la cárcel / Ode XXIII - Na saída do cárcere. Tradução de Fábio Aristimunho Vargas. In: VARGAS, Fábio Aristimunho (Organização e tradução). Poesia espanhola: das origens à guerra civil. São Paulo, SP: Hedra, 2009. Em espanhol e português: p. 53.

Nenhum comentário:

Postar um comentário