Ω
13.8.2003 – BOLSONARO: DEFENSOR DA PENA DE
MORTE, DA LAQUEADURA E DA VASECTOMIA PARA OS POBRES PARA NÃO GERAREM FILHOS
(Aqui, nas
pág. 37962)
O SR. JAIR BOLSONARO
(PTB -AJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,
desde que a política de direitos humanos
chegou ao País a violência só aumentou e passou a ocupar grandes espaços nos
jornais. A marginalidade tem estado cada vez mais à vontade, tendo em vista
os neoadvogados para defendê-Ia.
Quero dizer aos companheiros da Bahia – há pouco ouvi um
Parlamentar criticar os grupos de extermínio – que enquanto o Estado não tiver coragem de adotar a pena de morte, o
crime de extermínio, no meu entender, será muito bem-vindo. Se não houver espaço
para ele na Bahia, pode ir para o Rio de Janeiro.
Se depender de mim, terão todo o meu apoio, porque no meu
Estado só as pessoas inocentes são dizimadas. Na Bahia, pelas informações que
tenho – lógico que são grupos ilegais -, a marginalidade tem decrescido.
Meus parabéns!
Outra questão que quero enfatizar é que o País não pode
discutir a diminuição da fome, da miséria e da violência se não discutirmos
antes uma rígida política de controle da natalidade. Chega de vaselina, de baboseira, de falar em educação, em saúde, porque
esta não é a nossa realidade primeira. Não vamos atingir nossos objetivos
se não atacarmos o descontrole da natalidade.
Agora há pouco uma Parlamentar do PT estava dizendo que um
jovem, numa escola dessas de recuperação, agradeceu porque não mais cheirava e
agora já sabia escrever o seu nome.
Ora, Sr. Presidente, demagogia barata igual a essa é uma
vergonha para o Parlamentar! Não é porque uma pessoa sabe ler e escrever que
está livre da marginalidade. Temos de
adotar urgentemente, sim, contra tudo e contra todos os defensores de direitos humanos,
uma rígida política de controle da natalidade.
Chega de não darmos meios para evitar que casais coloquem no
mundo mais crianças que não terão a mínima condição de cidadania no futuro.
Tenho uma proposta modesta: a liberação da laqueadura e da vasectomia para todos os maiores de 18
anos.
Espero ter o apoio dos meus pares. Talvez seja verdadeiramente
o primeiro passo para o fim da miséria e da violência em nosso País.
Ω
16.9.2011 – BOLSONARO: HOMOFÓBICO, MACHISTA
E RACISTA
(Aqui,
entre as págs. 4 e 13)
Dirigindo-se à Senadora da República Marinor Brito:
“Ela agrediu! Ela
bateu em mim. E eu sou homofóbico? Ela é
heterofóbica. Não pode ver um heterossexual na frente dela que alopra! Já que
está difícil ter macho por aí, eu estou me apresentando como macho e ela
aloprou. Não pode ver um heterossexual na frente. Ela deu azar duas vezes:
uma que sou casado e outra que ela não me interessa. É muito ruim, não me
interessa”.
Em questionamento da cantora Preta Gil:
“– Se o seu filho se
apaixonasse por uma negra, o que você faria?”
A resposta do
Deputado Jair Bolsonaro foi:
“Ó Preta, eu não vou
discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. E meus
filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente
é o teu”.
Verifica-se na resposta do Deputado ora representado uma correlação direta entre a mulher negra e
promiscuidade. Esta correlação, por si, despida de quaisquer relativizações
hermenêuticas, revela a prática do crime de racismo.
Ω
11.12.2014 – BOLSONARO: O POTENCIAL
ESTUPRADOR
(Aqui,
entre as págs. 44 e 45)
O SR. PRESIDENTE
(Amauri Teixeira) – Concedo a palavra ao Deputado Domingos Dutra.
O SR. DOMINGOS DUTRA
(SD-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs.
Deputados, venho a esta tribuna manifestar a minha solidariedade à companheira Maria do Rosário diante da boçalidade
que o Bolsonaro proferiu ontem desta tribuna, diante da covardia desse Parlamentar que reincide nas agressividades às
autoridades desta tribuna.
Quero manifestar minha solidariedade lendo um artigo de Ricardo Noblat produzido hoje nos
seguintes termos: “Bolsonaro, que se diz
capaz de estuprar, ofende uma Deputada e merece ser cassado”.
“O que falta para que os partidos entrem no Conselho de
Ética da Câmara com um pedido de abertura de processo para cassar o mandato e
os direitos políticos de Bolsonaro?
O Deputado Jair Bolsonaro não é apenas um falastrão como
querem seus amigos. Nem apenas um bronco como reconhecem alguns dos seus
colegas. É um sujeito indecente, obsceno e, com frequência, indecoroso.
Admiradores e desafetos dele na Câmara costumam fazer de
conta que não ouvem seus insultos. Procedem assim alegando que confrontar
Bolsonaro é fazer o seu jogo. Ele ganha votos quando se torna pivô de
polêmicas.
Só que há limite para tudo. E Bolsonaro, na tarde de ontem,
ultrapassou todos os limites. Se ainda houver um mínimo de vergonha na Câmara,
será instalado um processo no Conselho de Ética para cassar o mandato de
Bolsonaro.
Menos do que isso será compactuar com ele.
A Deputada Maria do
Rosário, ex-Ministra dos Direitos Humanos, foi gravemente ofendida por
Bolsonaro.
Mas não somente ela, também todas as pessoas de bom senso
que tomaram conhecimento do episódio.”
Vou pular uma frase e seguir mais um pouco no artigo que
considero muito importante do articulista Ricardo Noblat.
“Em 2003, sem que
nada tenha lhe acontecido, Bolsonaro disse a mesma frase e, e seguida, empurrou
Maria do Rosário, chamando-a de vagabunda.
A reação da deputada foi enérgica, mas por si só não esgota
a questão.
– Não me dirigi a esse senhor – disse Maria do Rosário –,
tenho o direito de trabalhar. Peço à Mesa Diretora da Câmara que o mantenha
distante e que ele não use meu nome. Não aceitarei. Talvez em alguns locais de
tortura, (sic) essas palavras são (sic) típicas de quem fala em tortura.
No exercício do mandato, os Parlamentares são imunes a
processos. É o que determina a lei. Mas nem por isso eles podem cometer
desatinos que configurem, por exemplo, a quebra do decoro parlamentar.
Luiz Estevão de Oliveira, o primeiro Senador cassado da
História do Congresso brasileiro, não perdeu o mandato porque embolsou dinheiro
público destinado à construção do Fórum Trabalhista da cidade de São Paulo.
Perdeu porque mentiu a seus pares. Isso é quebra de decoro. (...)
Por mais horror que isso represente, Bolsonaro pode, sim,
defender o uso da tortura como método para extrair confissões. Já o fez. Pode,
sim, defender uma ditadura militar (...).”
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