Em Londres, mais precisamente em um bairro localizado a noroeste da
metrópole – próximo ao local onde se localiza o “Gladstone Park” –, o poeta
escocês de origem judaica aspira, do ambiente à volta, as sensações que lhe
insufla ao espírito a poesia, amalgamada à pura tangibilidade das coisas.
É a primavera que afugenta os últimos vestígios invernais, fazendo
brilhar a luz do sol sobre a urbe: esse evento cíclico da natureza passou pela
pena de grandes escritores e poetas britânicos, que teceram elogios à beleza da
buganvília em terras inglesas, tornando-a ainda mais atraente sob a estação das
flores.
J.A.R. – H.C.
A. C. Jacobs
(1937-1994)
N.W.2: Spring
The poets never lied
when they praised
Spring in England.
Even in this neat
suburb
You can feel there’s
something to
their pastorals.
Something gentle,
broadly nostalgic, is stirring
On the well-aired
pavements.
Indrawn brick
Sighs, and you notice
the sudden sharpness
Of things growing.
The sun lightens
The significance of
what the houses
Are steeped in,
brightens out
Their winter
brooding.
Early May
Touches also the cold
diasporas
That England hardly mentions.
Jardins da Catedral de St. Paul
(Nick Andrew: artista
inglês)
N.W.2: Primavera
Os poetas jamais
mentiram quando teceram elogios
À primavera na
Inglaterra.
Mesmo neste arrumado
subúrbio
Pode-se sentir que há
algo para
as suas pastorais.
Algo deferente, em
geral nostálgico, agita-se sobre
As calçadas bem
ventiladas.
Os discretos tijolos
Suspiram, permitindo
que se perceba a súbita nitidez
Das coisas a crescer.
O sol clareia
O significado daquilo
em que as casas
Estão imersas,
banhando em luz
O seu inverno
melancólico.
O início de maio
Também afeta as frias
diásporas
A que a Inglaterra
dificilmente faz menção.
Referência:
JACOBS, A. C. N.W.2: spring. In: BENSON,
Gerard; CHERNAIK, Judith; HERBERT, Cicely (Eds.). Best poems on the underground.
1st. publ. London, EN: Weidenfeld & Nicolson, 2009. p. 137.
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