Quem jamais não terá explicado algo que haja acontecido, em especial de
ruim, por meio de sinais prévios que poderiam ter sido decifrados, mas que
resultaram desperdiçados, pela imperícia ou pelo descaso dos que os receberam?!
Esse é o tema do poema de Schnackenberg: e haja quiromante, por exemplo,
em Salvador, na Bahia, oferecendo os seus ofícios para “ler” as mãos dos
turistas e lhes projetar as experiências futuras, ou mesmo descrever o que
agora é história em suas vidas...
J.A.R. – H.C.
Gjertrud Schnackenberg
(1953)
Signs
Threading the palm, a
web of little lines
Spells out the lost
money, the heart, the head,
The wagging tounges,
the sudden deaths, in signs
We would smooth out,
like imprints on a bed,
In signs that can’t
be helped, geese heading south,
In signs read
anxiously, like breath that clouds
A mirror held to a
barely open mouth,
Like telegrams, the
gathering of crowds –
The plane’s X in the
sky, spelling disaster;
Before the whistle
and hit, a tracer flare;
Before rubble, a
hairline crack in plaster
And a housefly’s
panicked scribbling on the air.
As Bruxas em ‘Macbeth’
(Alexandre-Gabriel
Decamps: pintor francês)
Sinais
A serpear pela palma
da mão, uma teia de pequenas linhas
Vaticinam sobre o
dinheiro perdido, o coração, a cabeça,
As maledicências, as
mortes repentinas, em sinais que
Deveríamos desvendar,
como vestígios sobre um leito,
Em sinais incontornáveis,
como gansos a rumar para o sul,
Em sinais captados
ansiosamente, como o sopro a turvar
Um espelho mantido perto
da boca levemente aberta,
Como telegramas, a
aglomeração de multidões –
O X do avião no
firmamento, ortografando o desastre;
Antes do silvo e da
batida, um resplendor tracejante;
Antes dos escombros, uma
fissura no gesso
E o ar rabiscado por
uma mosca doméstica em pânico.
Referência:
SCHNACKENBERG, Gjertrud. Signs. In:
McCLATCHY, J. D. (Ed.). The vintage book
of contemporary american poetry. 2nd ed. New York, NY: Vintage Books (A Division of Random House Inc.), march 2003. p. 572.
❁
Nenhum comentário:
Postar um comentário