Alpes Literários

Alpes Literários

Subtítulo

UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Friedrich Schiller - Poema

Com um título em português a não corresponder ao do original em alemão – “Esperança” –, o “Poema” de Schiller tem por tema esse estado anímico que acompanha o ser humano do berço até a morte, na expectativa de que algo melhor lhe esteja reservado nos dias que transcorrem entre tais episódios.

É o amparo do espírito, da voz interior, que mantém cada um firme em seus propósitos. Não uma esperança que se pareça com ilusão, mas orientadora do agir para o atingimento dos mais altos ideais a que todos estamos destinados.

J.A.R. – H.C.

Friedrich Schiller
Retratado por Ludovike Simanowiz
(1759-1805)

Hoffnung

Es reden und träumen die Menschen viel
von bessern künftigen Tagen;
nach einem glücklichen, goldenen Ziel
sieht man sie rennen und jagen.
Die Welt wird alt und wird wieder jung,
doch der Mensch hofft immer Verbesserung.

Die Hoffnung führt ihn ins Leben ein,
sie umflattert den fröhlichen Knaben,
den Jüngling locket ihr Zauberschein,
sie wird mit dem Greis nicht begraben;
denn beschließt er im Grabe den müden Lauf,
noch am Grabe pflanzt er – die Hoffnung auf.

Es ist kein leerer, schmeichelnder Wahn,
erzeugt im Gehirne des Toren,
im Herzen kündet es laut sich an:
zu was Besserm sind wir geboren.
Und was die innere Stimme spricht,
das täuscht die hoffende Seele nicht.

Esperança Postergada
(Charles West Cope: pintor inglês)

Poema

Sonha e fala constantemente
todo homem, desse sonho ardente
que o faz lutar por atingir
um marco de ouro em seu porvir.
Seca e ressurge o mundo ao derredor:
o homem aguarda sempre um bem maior.

A esperança o desperta para a vida.
Envolve-o na adolescência florida,
ao moço atrai com brilho intenso.
O próprio ancião, nesse consenso,
ao baixar sobre seu caminho a treva,
à sepultura uma esperança leva.

Não é uma ilusão fugaz
com que se ofusca o néscio. Mas
o alto prenúncio, em nosso peito,
de que o destino humano é mais perfeito.
E essa voz interior, sincera,
não ilude – jamais – a alma que espera.

Referências:

Em Alemão:

SCHILLER, Johann Christoph Friedrich Von. Hoffnung. In: __________. Schiller’s Gedichte. Illustrirte Prachta-Ausbage. Berlin, DE: G. Grote’sche Verlagsbuchhandlung, 1870. s. 231. Disponível neste endereço.

Em Português:

SCHILLER, Johann Christoph Friedrich von. Poema. Tradução de Henriqueta Lisboa. In: LISBOA, Henriqueta (Org.). Antologia escolar de poemas para a juventude. Rio de Janeiro, RJ: Ediouro - Tecnoprint, 1981. p.130.

Nenhum comentário:

Postar um comentário