Se o tema é inverno, como o das últimas postagens, vamos a mais um poema
a reproduzir padrão descritivo similar ao daquelas: o pintarroxo cantando no
galho das árvores já despidas de folhas, o brilho da lua a se refletir sobre o
solo tomado pela neve, a beleza uniforme da natureza em estado hibernal...
Apesar da considerável previsibilidade daquilo que o poeta descreve no
poema, a poesia se revela em suas linhas, em sua estruturação e rimas, a
relembrar, em boa medida, as composições cheias de imaginação voltadas aos
infantes.
J.A.R. – H.C.
Walter de la Mare
(1873-1956)
Winter
Clouded with snow
The cold winds blow,
And shrill on leafless bough
The robin with its burning breast
Alone sings now.
The rayless sun,
Day’s journey done,
Sheds its last ebbing light
On fields in leagues of beauty spread
Unearthly white.
Thick draws the dark,
And spark by spark,
The frost-fires kindle, and soon
Over that sea of frozen foam
Floats the white
moon.
Lua de Inverno
(David Paul: pintor
norte-americano)
Inverno
Sob céu nublado e
neve
Os ventos frios sopram,
E estridente sobre o
galho já sem folhas
O pintarroxo com o
peito afogueado
Canta sozinho agora.
O sol sem raios,
Já ao fim de sua
jornada diária,
Verte a última luz
minguante
Sobre os campos, em mesclas
de esparsa beleza,
Esplendidamente nívea.
A bruma atrai a escuridão,
E centelha após
centelha,
Ardem as flamas da
geada; sem demora,
Sobre esse mar de
espuma congelada,
A lua branca flutua.
Referência:
MARE, Walter de la. Winter. In: KERMODE, Frank; HOLLANDER, John (Eds.). The Oxford anthology of english literature:
modern british literature. v. 4. New York, NY: Oxford University Press, 1973.
p. 529.
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