O poeta sevilhano afirma, nesta seção IV de um longo poema denominado “Parábolas”,
que a vida, como a arte, é longa (ou curta, a depender!), e tanto quanto a primeira é um folguedo, a
segunda não deve ser motivo de incômodos.
Tudo é um heraclitiano fluxo, estações de ciclos periódicos, qual o
fluxo das marés: devemos reconhecer, portanto, o momento oportuno em que as águas da
prosperidade chegam às barras de nosso escaler, para fazê-lo seguir até a
vitória.
J.A.R. – H.C.
Antonio Machado
(1875-1939)
Consejos
Sabe esperar, aguarda
que la marea fluya,
– así en la costa un
barco – sin que al partir te inquiete.
Todo el que aguarda
sabe que la victoria es suya;
porque la vida es
larga y el arte es un juguete.
Y si la vida es corta
y no llega la mar a
tu galera,
aguarda sin partir y
siempre espera,
que el arte es largo
y, además, no importa.
Marina de Camogli
(Ciro Canzanella:
pintor italiano)
Conselhos
Sabe esperar, aguarda
que a maré flua,
– como o faz um barco
na costa – sem que ao partir te inquiete.
Todo aquele que
aguarda sabe que a vitória é sua;
porque a vida é longa
e a arte um brinquedo.
E se a vida é curta
e não chega o mar à
tua galera,
aguarda sem partir e
espera sempre,
que a arte é longa e,
ademais, não importa.
Referência:
MACHADO, Antonio. Consejos. In:
__________. Selected poems. Homenaje
a Antonio Machado. Bilingual
Edition (Spanish - English). Translated by Alan S. Trueblood. 9th Printing. Cambridge,
MA: Harvard University Press, 2003. p. 148.
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