Alpes Literários

Alpes Literários

Subtítulo

UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Louis Denise – A Lua

Como em outros poemas já aqui postados acerca da relação entre e a lua e os bichanos, este, de autoria do francês Louis Simon Denise, em sua perspectiva alegórica, representa-a bem mais proativa, a influenciar cães, gatos e os poetas.

J.A.R. – H.C. 

La Lune

Dans la nuit qu’elle argente avec son regard blanc,
Faisant hurler les chiens et chanter les poètes,
La Lune pend, légère, ainsi qu’un cerf-volant.

Au milieu des tuyaux longs et des girouettes
Qui dentellent les toits blancs de leur profil noir,
Chagrine, elle poursuit les chattes inquiètes,

Et guettant les matous lascifs qui vont s’asseoir
Au bord de la gouttière, elle monte la garde
Devant ces diamants, les étoiles du soir.

Voici l’astre aux blancheurs métalliques qui farde
De craie, au fond du ciel, son masque glacial,
La lûne pâle et ronde, attirante et blafarde,

Comme un suave écu de cent sous idéal.


A Lua

Na noite que ela prateia com seu olhar níveo,
Fazendo uivar os cães e cantar os poetas,
A lua pende, leve, tal qual uma pipa.

Em meio a longos coletores e cata-ventos
Que cortam com perfil escuro os telhados brancos,
Aflita, ela persegue as gatas inquietas,

E vendo os lascivos gatos que vão se sentar
Na borda da calha, ela monta a guarda
Em frente a esses diamantes, as estrelas da noite.

Eis o astro, imerso nas brancuras metálicas, a matizar
de gris, com o céu ao fundo, sua máscara glacial,
A lua pálida e redonda, atraente e lívida,

Como um suave e ideal escudo de cem tostões.

Referência:

DENISE, Louis. La lune. In: NOVARINO-POTHIER, Albine (Éd.). Le chat em 60 poèmes. Paris: Omnibus, 2013. p. 53.
ö

Nenhum comentário:

Postar um comentário