Como em outros poemas já aqui postados acerca da relação entre e a lua e
os bichanos, este, de autoria do francês Louis Simon Denise, em sua perspectiva
alegórica, representa-a bem mais proativa, a influenciar cães, gatos e os
poetas.
J.A.R. – H.C.
La Lune
Dans la nuit qu’elle argente avec son regard blanc,
Faisant hurler les chiens et chanter les poètes,
La Lune pend, légère, ainsi qu’un cerf-volant.
Au milieu des tuyaux longs et des girouettes
Qui dentellent les toits blancs de leur profil
noir,
Chagrine, elle poursuit les chattes inquiètes,
Et guettant les
matous lascifs qui vont s’asseoir
Au bord de la
gouttière, elle monte la garde
Devant ces diamants,
les étoiles du soir.
Voici l’astre aux
blancheurs métalliques qui farde
De craie, au fond du
ciel, son masque glacial,
La lûne pâle et
ronde, attirante et blafarde,
Comme un suave écu de
cent sous idéal.
A Lua
Na noite que ela prateia
com seu olhar níveo,
Fazendo uivar os cães
e cantar os poetas,
A lua pende, leve,
tal qual uma pipa.
Em meio a longos
coletores e cata-ventos
Que cortam com perfil
escuro os telhados brancos,
Aflita, ela persegue
as gatas inquietas,
E vendo os lascivos gatos
que vão se sentar
Na borda da calha,
ela monta a guarda
Em frente a esses
diamantes, as estrelas da noite.
Eis o astro, imerso
nas brancuras metálicas, a matizar
de gris, com o céu ao
fundo, sua máscara glacial,
A lua pálida e
redonda, atraente e lívida,
Como um suave e ideal
escudo de cem tostões.
Referência:
DENISE, Louis. La lune. In: NOVARINO-POTHIER,
Albine (Éd.). Le chat em 60 poèmes.
Paris: Omnibus, 2013. p. 53.
ö
Nenhum comentário:
Postar um comentário