Para os amantes dos felinos, eis aqui mais um poema tendo o gato como
tema. Desta feita, de autoria do poeta italiano Giovanni Pascoli, um autor de
trágica infância, a permear com pessimismo muitas de suas criações.
Notem no poema a forma como o vate retrata o gesto de cuidado da mamãe
gata, como que a lhe “solicitar” que tomasse conta de seu filhote naquela noite
de chuvas torrenciais!
J.A.R. – H.C.
Giovanni Pascoli
(1855-1912)
La Gatta
Era una gatta, assai
trita, e non era
d’alcuno, e, vecchia,
aveva un suo gattino.
Ora, una notte, (su
per il camino
s’ingolfava e rombava
la bufera)
trassemi all’uscio il
suon d’una preghiera,
e lei vidi e il suo
figlio a lei vicino.
Mi spinse ella, in un dolce atto, il meschino
tra’ piedi; e sparve
nella notte nera.
Che notte nera, piena
di dolore!
Pianti e singulti e
risa pazze e tetri
urli portava dai
deserti il vento.
E la pioggia cadea,
vasto fragore,
sferzando i muri e
scoppiettando ai vetri.
Facea le fusa il
piccolo, contento.
A Gata
Era uma gata, deveras
comum, mas não era
uma qualquer, e,
velha, tinha o seu gatinho.
Ora, uma noite, (no
alto da chaminé
a tempestade golfava
e bramia)
levou-me à porta o
som de uma súplica,
e eu a vi, com o seu
filho ao lado.
Ela empurrou, num
doce ato, o infausto
entre os meus pés; e
desapareceu na noite negra.
Que noite negra,
plena de dor!
Prantos e soluços e
risos loucos e sombrios;
uivos traziam o vento
dos desertos.
E a chuva caía, intensos
fragores,
a chicotear as
paredes e trepidar as janelas,
fazendo ronronar o
pequeno, contente.
Referência:
PASCOLI, Giovanni. La gatya. In:
__________. Poesie varie. Gianfranco
Contini, Milano, Mondadori (Cura). Op. Grande biblioteca della letteratura
italiana. Edizioni di riferimento eletroniche. ACTA, G. D’Anna, Thèsis,
Zanichelli. Firenze, Milano: Liz - Letteratura Italiana Zanichelli, 1974. p.
64. Disponível neste endereço.
Acesso em 18 mai 2014.
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