Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

terça-feira, 20 de maio de 2014

Heidegger – Para quê? Até onde? O que virá depois?

Martin Heiddeger
Filósofo Alemão
(1889-1976)

Em reflexão sobre a dicopodia que, pós GM-II, colocava em oposição URSS e USA, o filósofo alemão Martin Heidegger não vislumbrava, sob o ponto de vista metafísico, qualquer diferença entre essas nações: “[...] em ambas encontramos a desolada fúria da técnica desenfreada e da excessiva organização do homem normal” (HEIDEGGER, 2001, p. 42). E então ele se explica de um modo mais nítido:
  
Quando se houver conquistado tecnicamente e explorado economicamente até o último rincão do planeta; quando qualquer acontecimento em qualquer lugar haja se tornado acessível com a rapidez que se deseje; quando se possa “assistir” simultaneamente a um atentado contra um rei da França e a um concerto sinfônico em Tóquio; quando o tempo já somente equivalha à velocidade, instantaneidade e simultaneidade e o tempo enquanto história haja desaparecido de qualquer ex-sistência [1] de todos os povos; quando se tenha um pugilista como o grande homem de um povo; quando se tenham por um triunfo as cifras de milhões em assembleias populares... então, todavia então, como um fantasma que se projeta mais além de todas essas quimeras, se estenderá a pergunta: para quê? até onde? e logo quê? (HEIDEGGER, 2001, p. 42-43)

J.A.R. – H.C.
Metaphysics
(Casey Kotas - Chicago, IL)

Nota:

[1]. Este termo é empregado por Heidegger para designar o modo de ser único e próprio do homem, um modo de ser capaz de dar conta do seu próprio ser, numa relação com os outros, por meio da qual, por conseguinte, se constrói e se compreende.

Referência:

HEIDEGGER, Martin. Introducción a la metafísica. Traducción de Angela Ackermann Pilári. 4. reimpressión. Barcelona: Gedisa, 2001. 

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