Elencando uma dúzia
de filósofos – e os verbos ou ações que se lhes associam –, Bruno compõe um
poema com propósitos notoriamente hilários, a começar pelo título, no qual se
destaca a palavra “baseadinho”, vale dizer, um cigarro de maconha que teria
sido aceso por Sócrates, lá pelos primórdios da Filosofia, na Grécia antiga, e
que, sequencialmente, passou de mão em mão, até os presentes dias.
Com efeito, é como se
toda a leva de grandes “pensadores” – melhor usar esse vocábulo, pois Agostinho
e, talvez com ressalvas, Comte associam-se com mais frequência à Teologia e à
Sociologia, respectivamente – necessitassem de um estímulo extra para alcançarem
os mais diferentes – e, por vezes, desconcertantes – ‘insights’ sobre a condição
humana, suas possibilidades, seus limites.
J.A.R. – H.C.
Bruno Arámburu
(n. 1983)
Baseadinho Filosófico
Sócrates acendeu
Platão tragou
Aristóteles deu um
doisinho
Agostinho, e o
gostinho?
Descartes logo pensou
Hume experimentou
Comte classificou
Kant criticou
Hegel curtiu
Marx socializou
E Schopenhauer fez um
bolo
Que Nietzsche comeu!
O jantar dos
filósofos
(Jean Huber: pintor
suíço)
Referência:
ARÁMBURU, Bruno.
Baseadinho filosófico. In: MARTINS, Gonçalo (Seleção); FACCHINI, Mayara
(Organização). Antologia paulista de poesia contemporânea: além da
terra, além do céu. 1. ed. Lisboa, PT: Chiado Editora, out. 2015. p. 39.
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