Kozioł ensina a um jovem
como se deve comportar frente àqueles que se dispõem a levar à frente estados
políticos de exceção, implementando leis marciais coativas e inquirindo à exaustão
os que procuram agir na clandestinidade, até o limite da cooperação imoral ou
mesmo do aniquilamento físico.
Importante frisar que
o poema, datado de nov.1982, em pleno período de vigência de uma lei marcial na
Polônia, somente foi publicado no tomo “Żalnik” (“Litania de Lamentos”), de 1989:
nele, podem-se perceber as sugestões que se alinham a um instinto de preservação
do inquirido, capazes de reduzir o interrogatório a um contato abreviado dos
atos de fala, por meio de reticências, pela assunção de não se ter as informações
buscadas pelo inquisidor e pelo mais puro silêncio.
J.A.R. – H.C.
Urszula Kozioł
(n. 1931)
Lekcja z polskiego
(Do młodego
człowieka)
Pomiędzy “wiem” i “nie
wiem”
jest obszar możliwości usiany
bezpiecznymi znakami
zwątpienia i zapytania
owych “klap bezpieczeństwa” albo drzwi
zapasowych
które możesz wyważyć w razie katastrofy
ich ptasio wypukły
grzbiet doradza odmowę
stawiania
ostatecznych kropek
i przytwierdzania
szpilką do miejsca
ulotnych motyli
naucz się mówić “nie wiem”
naucz się mówić “nie znam” “nie pamiętam”
naucz się nie mówić
ćwicz pamięć w ułomności
wiesz że masz prawo być istotą omylną
lub niemową
upieraj się przy szumie w uszach
na skutek wiatru historii
i zmiany ciśnienia
która zdarzenia życia zmienia w
przywidzenia.
Borboletas da Mente
(Oana Rinaldi:
artista romena)
Lição de polonês
(A um jovem)
Entre o “sei” e o “não
sei”
há um campo de
possibilidades salpicado com sinais seguros
de dúvidas e de pontos
de interrogação
essas “escotilhas de
segurança” ou portas de emergência
que se podem abrir à
força em caso de catástrofe
suas costas convexas
parecidas a pássaros aconselham a recusa
em se aplicar pontos
finais
e em se prender com
um alfinete o lugar
das borboletas
efêmeras
aprenda a dizer “não
sei”
aprenda a dizer “não
sei” “não me lembro”
aprenda a não dizer
nada
exercite a sua
memória para incorrer em lapsos
reconheça que tem o
direito de ser falível
ou manter-se calado
insista que o ruído
em seus ouvidos se deve aos ventos da história
e às mudanças de
pressão
os quais convertem em ilusões os
eventos da vida.
Referência:
KOZIOŁ, Urszula. Lekcja
z polskiego. In: __________. Poems. A bilingual edition: polish x
english. Translations by Regina
Grol-Prokopczyk. Austin, TX: Host Publications, 1989. p. 100.
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