Neste breve poema de
Rilke, um dos que primeiro vêm a lume em sua vasta obra poética, os abetos –
uma espécie de pinheiro muito empregada como árvores de Natal – expressam
vontades humanas, como se decididos estivessem em participar das solenidades de
reverência ao nascimento de Cristo.
O clima que se deduz
dos primeiros versos reflete a força do vento a levantar flocos de neve por
toda parte, já o solo todo coberto de branco, estando os pinheiros expostos e à
disposição para serem ornados com as luzes artificiais natalinas, colaborando
desse modo para a magnificência dessa deslumbrante noite em que vem ao encontro
dos homens uma estrela de primeira grandeza.
J.A.R. – H.C.
Rainer Maria Rilke
(1875-1926)
Advent
Es treibt der Wind im
Winterwalde
die Flockenherde wie
ein Hirt,
und manche Tanne
ahnt, wie balde
sie fromm und lichterheilig
wird;
und lauscht hinaus.
Den weißen Wegen
streckt sie die
Zweige hin – bereit,
und wehrt dem Wind
und wächst entgegen
der einen Nacht der
Herrlichkeit.
Advento
(Mark Jennings:
artista norte-americano)
Advento
Conduz o vento, pelo bosque
invernal,
um rebanho de flocos
feito um pastor,
e muitos abetos
suspeitam que logo estarão
piamente envoltos em luzes
sacrossantas,
pondo-se à escuta. Aos
caminhos brancos
estendem os seus
ramos; decididos,
resistem ao vento e lançam-se
ao encontro
de uma noite de
supremo esplendor.
Referência:
RILKE, Rainer Maria.
Advent. In: __________. Die schönsten gedichte. Herausgegeben von Marcel
Reich-Ranicki. Erste auflage. Berlin, DE: Insel Verlag, 2016. s. 15.
Nenhum comentário:
Postar um comentário