O poeta e tradutor inglês
verte em linguagem poética o nascimento de Cristo, essa estrela que se dignou
descer à terra para, em carne, experimentar as vicissitudes humanas, inclusive
o desdém de muitos que o rejeitaram e à sua palavra – uma mensagem de paz que,
a julgar pelos conflitos bélicos reiterados entre os povos, certamente não foi
muito bem assimilada.
“Passarão o céu e a
terra, mas as minhas palavras jamais passarão” (Mt: 24:35): ao lado das prédicas
mais claras e compartilhadas de Cristo, há outras tantas intrigantes e desafiadoras,
imersas, por conseguinte, em polêmicas hermenêuticas. Seja como for, a mensagem
de amor é, sem dúvida, o seu preceito maior: “Ame o seu próximo como a si mesmo!”
(Mt 22:39).
J.A.R. – H.C.
John Heath-Stubbs
(1918-2006)
For the Nativity
Shepherds, I sing you
this winter’s night
Our Hope new-planted,
the womb’d, the buried Seed:
For a strange Star has
fallen, to blossom from a tomb,
And infinite Godhead
circumscribed hangs helpless at the breast.
Now the cold airs are
musical, and all the ways of the sky
Vivid with moving
fires, above the hills where tread
The feet – how
beautiful! – of them that publish peace.
The sacrifice, which
is not made for them,
The angels
comprehend, and bend to earth
Their worshipping
way. Material kind Earth
Gives Him a Mother’s
breast, and needful food.
A Love, shepherds,
most poor,
And yet most royal,
kings,
Begins this winter’s
night;
But oh, cast forth,
and with no proper place,
Out in the cold He
lies!
Adoração dos Pastores
(Gerard van Honthorst:
pintor holandês)
À Natividade
Pastores, canto-vos nesta
noite invernal
A nossa Esperança
recém-plantada, o ventre, a Semente enterrada:
Pois uma estranha Estrela
desceu, para desabrochar de uma tumba,
E a infinita
Divindade pende indefesa e estreitada ao peito.
Num instante, os
gélidos ares tornaram-se musicais, e todos
os caminhos do céu
Vívidos como fogos movediços,
sobre as colinas onde trilham
Os pés – quão sublimes!
– dos que anunciam a paz.
O sacrifício, que não
se cumpre por eles,
Percebem-no os anjos,
pelo que se inclinam até a terra
Em seu caminho de
adoração. A generosa Terra material
Dá-Lhe o peito
materno e o alimento necessário.
Um Amor, pastores,
muito pobre,
e ainda o que há de
mais majestático – reis –
dão início a esta
noite de inverno;
Mas oh!, rejeitado, e
sem lugar apropriado,
Lá fora, no frio, Ele
dormita!
Referência:
HEATH-STUBBS, John.
For the nativity. In: HOLLANDER, John; McCLATCHY, J. D. (Sel. & Ed.). Christmas
poems. New York, NY: Alfred A. Knopf, 1999. p. 64. (‘Everyman’s Library:
Pocket Poets’)
Nenhum comentário:
Postar um comentário