Tanto quanto aos
poetas nos quatro cantos do mundo, quanto aos que, especificamente, figuram nos
páramos líricos da capital maranhense – poderia citar Gonçalves Dias, Raimundo
Correia, Artur de Azevedo, Odilo Costa Filho e Ferreira Gullar, entre outros –,
Tribuzi dirige estas linhas encomiásticas.
Eles têm “o
privilégio de fazer florescer a beleza”, trazendo nexo ao “amanhã” na esteira
do “ontem”, como pontes que se estendem entre as margens do passado e do futuro,
entre “riquezas havidas ou por haver”, singrando os mares da “alma humana” para
desvelar a enigmática lógica de que se reveste a arquitetura do “ser”.
J.A.R. – H.C.
Bandeira Tribuzi
(1927-1977)
Os Poetas
Do acre ofício de
viver,
a alguns dá a
natureza o privilégio
de fazer florescer
beleza, em
sortilégio.
São os navegadores
da alma humana,
descobridores
do ser:
mágicos de maior
riqueza havida
ou por haver.
Poetas, sonhadores,
artistas
que crescem na noite
do tempo
brilhando alto
com a voz e o
exemplo.
Sobre este chão
brotaram
e deles se doira
a fama e a memória:
são o futuro do
passado,
o amanhã do ontem,
o iluminado signo
de nosso alto
destino.
Em: “Romanceiro da
cidade de São Luís”
(Publicação póstuma –
1979)
O pub dos poetas
(Alexander Moffat:
pintor escocês)
Referência:
TRIBUZI, Bandeira. Os
poetas. In: __________. Obra poética. São Paulo, SP: Siciliano, 2002. p.
334.
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