Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sábado, 22 de julho de 2023

Bandeira Tribuzi - Os Poetas

Tanto quanto aos poetas nos quatro cantos do mundo, quanto aos que, especificamente, figuram nos páramos líricos da capital maranhense – poderia citar Gonçalves Dias, Raimundo Correia, Artur de Azevedo, Odilo Costa Filho e Ferreira Gullar, entre outros –, Tribuzi dirige estas linhas encomiásticas.

 

Eles têm “o privilégio de fazer florescer a beleza”, trazendo nexo ao “amanhã” na esteira do “ontem”, como pontes que se estendem entre as margens do passado e do futuro, entre “riquezas havidas ou por haver”, singrando os mares da “alma humana” para desvelar a enigmática lógica de que se reveste a arquitetura do “ser”.

 

J.A.R. – H.C.

 

Bandeira Tribuzi

(1927-1977)

 

Os Poetas

 

Do acre ofício de viver,

a alguns dá a natureza o privilégio

de fazer florescer

beleza, em sortilégio.

 

São os navegadores

da alma humana,

descobridores

do ser:

mágicos de maior riqueza havida

ou por haver.

 

Poetas, sonhadores, artistas

que crescem na noite do tempo

brilhando alto

com a voz e o exemplo.

 

Sobre este chão brotaram

e deles se doira

a fama e a memória:

são o futuro do passado,

o amanhã do ontem,

o iluminado signo

de nosso alto destino.

 

Em: “Romanceiro da cidade de São Luís”

(Publicação póstuma – 1979)

 

O pub dos poetas

(Alexander Moffat: pintor escocês)

 

Referência:

 

TRIBUZI, Bandeira. Os poetas. In: __________. Obra poética. São Paulo, SP: Siciliano, 2002. p. 334.

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