Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Alfonso Reyes Martínez - In Memoriam Charlie Parker

O poeta, presume-se um admirador do compositor e saxofonista norte-americano, redigiu seguramente este poema algumas décadas depois do passamento do artista: imagina-o à direita de Deus, em alguma catedral do Harlem, em Nova Iorque, dedicando aos ouvintes o seu melhor, a saber, uma sessão de jazz.

 

Tristeza e dor, insônia e morfina, são duos que, quase invariavelmente, fazem parte da biografia de muitos artistas dedicados ao jazz e ao blues. De mais a mais, algumas lendas desses estilos musicais, como o próprio Charlie Parker (1920-1955), tiveram vida curta, a exemplo, de Billie Holiday (1915-1959) e Nat King Cole (1919-1965).

 

J.A.R. – H.C.

 

Alfonso Reyes Martínez

(n. 1943)

 

In Memoriam Charlie Parker

 

Angel solitario

aún navegas

por los bares y cafés

del insomnio y la morfina

de la nueva Babilonia

tu triste luminoso sax

desata su lamento

paseando por las rutas de la noche

su única voz

ropaje del misterio

secreto triunfo del dolor

A la diestra de Dios

Charlie Parker

en alguna catedral de Harlem

hoy inicias tu sesión de jazz

 

Charlie Parker

(1920-1955)

 

In Memoriam Charlie Parker

 

Anjo solitário

ainda navegas

pelos bares e cafés

da insônia e da morfina

da nova Babilônia

teu triste e luminoso sax

difunde o seu lamento

passeando pelas rotas da noite

sua única voz

roupagem do mistério

secreto triunfo da dor

À direita de Deus

Charlie Parker

em alguma catedral do Harlem

hoje inicias tua sessão de jazz

 

Referência:

 

MARTÍNEZ, Alfonso Reyes. In memoriam Charlie Parker. In: __________. Prisión del aire y otros poemas. Ediciones de la Escuela Preparatoria n. 1. Monterrey, MX: Universidad Autónoma de Nuevo León, 1985. p. 24. (Colección ‘Las Uvas y el Viento’; n. 9)

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