O poeta, presume-se
um admirador do compositor e saxofonista norte-americano, redigiu seguramente
este poema algumas décadas depois do passamento do artista: imagina-o à direita
de Deus, em alguma catedral do Harlem, em Nova Iorque, dedicando aos ouvintes o
seu melhor, a saber, uma sessão de jazz.
Tristeza e dor, insônia
e morfina, são duos que, quase invariavelmente, fazem parte da biografia de
muitos artistas dedicados ao jazz e ao blues. De mais a mais, algumas lendas desses
estilos musicais, como o próprio Charlie Parker (1920-1955), tiveram vida
curta, a exemplo, de Billie Holiday (1915-1959) e Nat King Cole (1919-1965).
J.A.R. – H.C.
Alfonso Reyes Martínez
(n. 1943)
In Memoriam Charlie Parker
Angel solitario
aún navegas
por los bares y cafés
del insomnio y la
morfina
de la nueva Babilonia
tu triste luminoso
sax
desata su lamento
paseando por las
rutas de la noche
su única voz
ropaje del misterio
secreto triunfo del
dolor
A la diestra de Dios
Charlie Parker
en alguna catedral de
Harlem
hoy inicias tu sesión
de jazz
Charlie Parker
(1920-1955)
In Memoriam Charlie Parker
Anjo solitário
ainda navegas
pelos bares e cafés
da insônia e da morfina
da nova Babilônia
teu triste e luminoso
sax
difunde o seu lamento
passeando pelas rotas
da noite
sua única voz
roupagem do mistério
secreto triunfo da
dor
À direita de Deus
Charlie Parker
em alguma catedral do
Harlem
hoje inicias tua
sessão de jazz
Referência:
MARTÍNEZ, Alfonso
Reyes. In memoriam Charlie Parker. In: __________. Prisión del aire y
otros poemas. Ediciones de la Escuela Preparatoria n. 1. Monterrey, MX:
Universidad Autónoma de Nuevo León, 1985. p. 24. (Colección ‘Las Uvas y el
Viento’; n. 9)
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