Quem jamais sonhou
em, nalgum dia, exercer o papel de Criador e remodelar o mundo de acordo com os
seus mais recônditos desejos? No presente caso, Khayyám revela-nos os seus mais
nobres propósitos, pois que as diretrizes que adotaria para consertar a realidade
seriam as de que todos estivessem sujeitos a cultivar os “ideais do Amor”.
Sem amplos poderes
para tanto, o ser humano há de empreender dinâmicas capazes de erradicar o mal
em suas próprias ações, à procura de transportar o céu à terra, contornando,
desse modo, os dramas paradoxais em que envolvido: se não a perfeição, pelo
menos a sabedoria e a tolerância para lidar com circunstâncias hostis, vivendo
uma vida de consciência e de justiça.
J.A.R. – H.C.
Omar Khayyám
(1048-1131)
10. Se eu governasse
o mundo
Se eu governasse o
mundo
com poderes de
criador,
eu o destruiria.
E criaria,
para substituí-lo,
um paraíso,
trabalhado com
carinho,
no qual não houvesse
lágrimas,
ódio,
guerras.
E onde não imperasse
a hipocrisia.
Eu, com poderes de
criador,
e o mundo seria
diferente...
Nele,
sem fadigas e sem
sangue,
todos os homens se
uniriam livremente
para cultivar
os ideais do Amor.
Contemplação
(Telemaco Signorini:
pintor italiano)
Referência:
KHAYYÁM, Omar. Se eu
governasse o mundo. In: __________. Rubáiyát. Versão ao português de
Christovam de Camargo baseada na interpretação literal do texto persa feita por
Ragy Basile. São Paulo, SP: Martin Claret, 2003. p. 32. (Coleção “A Obra-Prima
de Cada Autor”; v. 156)
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