Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

domingo, 28 de agosto de 2022

Henry Wadsworth Longfellow - Um Salmo de Vida

O ente lírico não deseja escutar lúgubres canções que falem sobre a inutilidade da vida – um hipotético “sonho vazio” –, pois que está imbuído do mais arrebatado otimismo em relação a tudo quanto foi colocado à sua disposição, para desfrute e felicidade: recomenda-nos, assim, que façamos arder a chama de nosso “Deus interior”, fiquemos de pé e ponhamo-nos em ação, tornando reais as nossas potencialidades!

 

Nada de pertencer a um rebanho embatucado e tocado por outros, assumindo uma mentalidade de manada! Como se costuma dizer, não há grandes conquistas sem a assunção de grandes riscos! A vida é para fortes e não se duvide de que o falante, com tal estado de espírito entusiasmado, chegará bem longe em sua aventura sobre a terra.

 

J.A.R. – H.C.

 

Henry W. Longfellow

(1807-1882)

 

A Psalm of Life

 

What The Heart Of The Young Man

Said To The Psalmist.

 

Tell me not, in mournful numbers,

“Life is but an empty dream!”

For the soul is dead that slumbers,

And things are not what they seem.

 

Life is real! Life is earnest!

And the grave is not its goal;

“Dust thou art, to dust returnest,”

Was not spoken of the soul.

 

Not enjoyment, and not sorrow,

Is our destined end or way;

But to act, that each to-morrow

Find us farther than to-day.

 

Art is long, and Time is fleeting,

And our hearts, though stout and brave,

Still, like muffled drums, are beating

Funeral marches to the grave.

 

In the world’s broad field of battle,

In the bivouac of Life,

Be not like dumb, driven cattle!

Be a hero in the strife!

 

Trust no Future, howe’er pleasant!

Let the dead Past bury its dead!

Act, – act in the living Present!

Heart within, and God o’erhead!

 

Lives of great men all remind us

We can make our lives sublime,

And, departing, leave behind us

Footprints on the sands of time;

 

Footprints, that perhaps another,

Sailing o’er life’s solemn main,

A forlorn and shipwrecked brother,

Seeing, shall take heart again.

 

Let us, then, be up and doing,

With a heart for any fate;

Still achieving, still pursuing,

Learn to labor and to wait.

 

Nenúfares

(Dominique Amendola: pintora francesa)

 

Um Salmo de Vida

 

O Que o Coração do Jovem

Disse ao Salmista.

 

Não me digas, em lúgubres cifras,

que “A vida não passa de um sonho vazio!”

Porque morta é a alma que dormita,

E as coisas não são o que parecem.

 

A vida é real! A vida tem propósito!

E o túmulo não é seu objetivo;

“Tu és pó e ao pó retornarás”,

É citação não aplicável à alma.

 

Não é o prazer, tampouco a tristeza,

A rota ou meta que nos foram atribuídas;

Mas o agir, para que cada amanhã

Nos encontre mais à frente que hoje.

 

A arte é longa e o Tempo fugidio,

E nossos corações, embora fortes e briosos,

Continuam a ruflar, como surdos tambores,

Marchas fúnebres em direção à tumba.

 

No vasto campo de batalha do mundo,

No bivaque da Vida,

Não sejas como gado lerdo e conduzido!

Sê um herói na luta!

 

Não confies no Futuro, por mais que agradável!

Que o Passado morto enterre seus mortos!

Age, – age no Presente vivo!

O coração a guiar o espírito e Deus no alto!

 

As vidas de homens ilustres nos inspiram

A que tornemos sublimes as nossas vidas,

Deixando às nossas costas, ao partirmos,

Pegadas nas areias do tempo;

 

Pegadas que talvez outro,

Vogando no solene alto-mar da vida,

Um irmão náufrago e desamparado,

Ao vê-las, volte a encher-se de ânimo.

 

Então, fiquemos de pé e a agir,

Devotados a encarar qualquer destino;

Sempre a conquistar, sempre a empreender,

Aprendamos a trabalhar e a esperar.

 

Referência:

 

LONGFELLOW, Henry Wadsworth. The psalm of life. In: __________. The early poems of Henry Wadsworth Longfellow. With biographical sketch by Nathan Haskell Dole. Boston, MA: Thomas Y. Crowell & Co., 1893. p. 7-8. Disponível neste endereço. Acesso em: 19 ago. 2022.

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