Uma breve nota
preliminar: sobre o autor do poema poucos dados se obtêm na grande rede que não
o de pertencer, pelo momento, aos quadros da Companhia de Engenharia de Tráfego
(CET - Rio), na cidade do Rio de Janeiro (RJ), muito embora, à época da edição da
obra de referência, talvez possuísse algum vínculo com o Banco do Brasil S/A.
Por meio de três
simples dísticos, o poeta sintetiza o que atribula o autor no momento da
criação poética, em seus três estágios – começo, meio e fim –, inclusive quanto
à reiterada sensação de que a poesia se incrusta na mente e de lá parece não
querer sair – e tampouco tem-se como fazê-la esvanecer-se para sempre, porque
ela é tal como uma bolha imperfurável a nos envolver, sobrenatural emanação do
incomensurável.
J.A.R. – H.C.
Perdida em
Pensamentos
(Peeter Must: pintor
estoniano)
Poema Sobrenatural
Este poema não tem
começo
Por mais que tente
movê-lo, esbarro no que desconheço
Este poema não tem
meio
Por mais que tente
medi-lo, ele se faz alheio
Este poema não tem
fim
Por mais que tente
matá-lo dentro de mim
O homem-bolha
(Irina Pandeva:
pintora búlgara)
Referência:
MOREIRA, Welliton
Márcio Gouvea. Poema sobrenatural. In: LIMA, Amaury de et alii. Talentos
do Rio: prosa e verso. Rio de Janeiro, RJ: Banco do Brasil &
Universidade Federal Fluminense, jul. 2001. p. 152.
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