Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Welliton Márcio Gouvea Moreira - Poema Sobrenatural

Uma breve nota preliminar: sobre o autor do poema poucos dados se obtêm na grande rede que não o de pertencer, pelo momento, aos quadros da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET - Rio), na cidade do Rio de Janeiro (RJ), muito embora, à época da edição da obra de referência, talvez possuísse algum vínculo com o Banco do Brasil S/A.

 

Por meio de três simples dísticos, o poeta sintetiza o que atribula o autor no momento da criação poética, em seus três estágios – começo, meio e fim –, inclusive quanto à reiterada sensação de que a poesia se incrusta na mente e de lá parece não querer sair – e tampouco tem-se como fazê-la esvanecer-se para sempre, porque ela é tal como uma bolha imperfurável a nos envolver, sobrenatural emanação do incomensurável.

 

J.A.R. – H.C.


Perdida em Pensamentos

(Peeter Must: pintor estoniano)

 

Poema Sobrenatural

 

Este poema não tem começo

Por mais que tente movê-lo, esbarro no que desconheço

 

Este poema não tem meio

Por mais que tente medi-lo, ele se faz alheio

 

Este poema não tem fim

Por mais que tente matá-lo dentro de mim

 

O homem-bolha

(Irina Pandeva: pintora búlgara)


Referência:

 

MOREIRA, Welliton Márcio Gouvea. Poema sobrenatural. In: LIMA, Amaury de et alii. Talentos do Rio: prosa e verso. Rio de Janeiro, RJ: Banco do Brasil & Universidade Federal Fluminense, jul. 2001. p. 152.

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