No compartimento mais íntimo de que uma pessoa possa dispor – o seu quarto de dormir – resguarda-se, por igual, o teor de sua espiritualidade, em plena integração com a natureza – outra dimensão do sagrado –, enquanto manifestação do divino em nossas vidas: em tais ingredientes sumula-se um estado de plena felicidade para o ente lírico.
A caracterização teológica de Oppen para o seu próprio pendor à felicidade, obviamente, tem algo de idiossincrático, pois, para outros, o estar feliz poderia requerer muito mais conveniências e, por vezes, nem mesmo assumiria uma interação mais próxima com Deus. Na ponta oposta, há também aqueles que tudo dispensam, vivendo na mais absoluta austeridade, contanto que experimentem a totalidade do espírito divino em suas vidas. Em que ponto dessa gradação estaria você, leitor?!
J.A.R. – H.C.
George Oppen
(1908-1984)
A Theological Definition
A small room, the varnished floor
Making an L around the bed,
What is or is true as
Happiness
Windows opening on the sea,
The green painted railings of the balcony
Against the rock, the bushes and the sea running
Chalé à beira-mar
(Janet Kruskamp: pintora norte-americana)
Uma Definição Teológica
Um pequeno quarto, o piso envernizado
Formando um L ao redor da cama,
O que é ou tem-se por verdadeiro
Em relação à felicidade
Janelas que se abrem para o mar,
A balaustrada da varanda pintada de verde
Contra a rocha, os arbustos e o mar a correr
Referência:
OPPEN, George. A theological
definition. In: MAYES, Frances. The discovery of poetry: a field guide
to reading and writing poems. 1st Harvest ed. San Diego, CA: Harvest &
Harcout, 2001. p. 471.
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