Ao melhor estilo das fábulas de Esopo (620 a.C – 564 a.C) e La Fontaine (1621 – 1695), o poeta e educador polonês nos conta a história de um gato que se enfastiou de tanto comer – “e não foram ratazanas, mas fiambre e banhas” –, logo pondo-se de cama, pois passou a sentir-se mal, melhor dizendo, a apresentar febre.
O médico lhe opôs negativas, agora, de ingestão de linguiças, toucinho ou coxinhas de pássaro – somente papinhas para restabelecer a saúde do bichano: aos petizes a lição final, para que não acorram ao pote com muita avidez, gulosos, gananciosos, refastelando-se em exagero, pois o corpo tem os seus limites.
J.A.R. – H.C.
(1796-1857)
Chory kotek
Pan kotek był chory i leżał w łóżeczku,
I przyszedł kot doktór: “Jak się masz koteczku!”
“Źle bardzo…” i łapkę wyciągnął do niego.
Wziął za puls pan doktór poważnie chorego,
I dziwy mu śpiewa: “zanadto się jadło,
Co gorsza, nie myszki, lecz szynki i sadło;
Źle bardzo… gorączka! źle bardzo koteczku!
Oj długo ty, długo poleżysz w łóżeczku,
I nic jeść nie będziesz, kleiczek i basta:
Broń Boże kiełbaski, słoninki lub ciasta!”
“A myszki nie można? zapyta koteczek,
Lub z ptaszka małego choć parę udeczek?”
“Broń Boże! pijawki i dyeta ścisła!
Od tego pomyślność w leczeniu zawisła.”
I leżał koteczek; kiełbaski i kiszki
Nietknięte, zdaleka pachniały mu myszki.
Patrzcie, jak złe łakomstwo! kotek przebrał miarę;
Musiał więc nieboraczek srogą ponieść karę:
Tak się i z wami, dziateczki, stać może;
Od łakomstwa strzeż was Boże!
Gatinho Enfermo
(Marion Peck: pintora filipina)
O gato doente
O gato caiu doente e estava na cama,
Veio o doutor e fala: “Como é que se sente?”
O gato só a pata estende – “Muito doente...”
Tomou o pulso do seu paciente,
E canta-lhe coisas estranhas: – “Comeu o gato
demais,
e não foram ratazanas, mas fiambre e banhas,
Muito mal... febre! Este é o efeito!
Ó, por muito tempo guardará o leito,
E nada vai comer, a papa e basta:
Guarda, ó Deus, linguiça, toucinho, nada dessa
casta!”
– “E um ratinho, não pode? – pergunta o gato –
Ou algumas coxinhas de um pássaro?”
– “Guarda, ó Deus! Sanguessuga e fazemos regime!
O sucesso na cura depende desse descrime”.
E estava na cama, o pobre gato,
Sem comer nada, de longe cheirava um rato.
Foi todo ganância! Comeu em exagero;
Por isso teve um castigo severo.
Isso vos pode tocar, petizes meus,
De ganância, guarda, ó Deus!
Referência:
JACHOWICZ, Stanisław. Chory kotek / O
gato doente. Tradução de M. Naumczuk. In: REVISTA Ponto ¿? Signo. Gatos. Instituto de
Estudos Ibéricos e Ibero-americanos da Universidade de Varsóvia, ano 10, n. 25,
mar. 2013. p. 23. Disponível neste endereço. Acesso em: 10 mai.
2021.
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