Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sábado, 17 de julho de 2021

Stanisław Jachowicz - O gato doente

Ao melhor estilo das fábulas de Esopo (620 a.C – 564 a.C) e La Fontaine (1621 – 1695), o poeta e educador polonês nos conta a história de um gato que se enfastiou de tanto comer – “e não foram ratazanas, mas fiambre e banhas” –, logo pondo-se de cama, pois passou a sentir-se mal, melhor dizendo, a apresentar febre.

O médico lhe opôs negativas, agora, de ingestão de linguiças, toucinho ou coxinhas de pássaro – somente papinhas para restabelecer a saúde do bichano: aos petizes a lição final, para que não acorram ao pote com muita avidez, gulosos, gananciosos, refastelando-se em exagero, pois o corpo tem os seus limites.

J.A.R. – H.C.

 

Stanisław Jachowicz

(1796-1857)

 

Chory kotek

 

Pan kotek był chory i leżał w łóżeczku,

I przyszedł kot doktór: “Jak się masz koteczku!

Źle bardzo…” i łapkę wyciągnął do niego.

Wziął za puls pan doktór poważnie chorego,

I dziwy mu śpiewa: zanadto się jadło,

Co gorsza, nie myszki, lecz szynki i sadło;

Źle bardzo gorączka! źle bardzo koteczku!

Oj długo ty, długo poleżysz w łóżeczku,

I nic jeść nie będziesz, kleiczek i basta:

Broń Boże kiełbaski, słoninki lub ciasta!”

“A myszki nie można? zapyta koteczek,

Lub z ptaszka małego choć parę udeczek?

“Broń Boże! pijawki i dyeta ścisła!

Od tego pomyślność w leczeniu zawisła.

I leżał koteczek; kiełbaski i kiszki

Nietknięte, zdaleka pachniały mu myszki.

Patrzcie, jak złe łakomstwo! kotek przebrał miarę;

Musiał więc nieboraczek srogą ponieść karę:

Tak się i z wami, dziateczki, stać może;

Od łakomstwa strzeż was Boże!

 

Gatinho Enfermo

(Marion Peck: pintora filipina)

 

O gato doente

 

O gato caiu doente e estava na cama,

Veio o doutor e fala: “Como é que se sente?”

O gato só a pata estende – “Muito doente...”

Tomou o pulso do seu paciente,

E canta-lhe coisas estranhas: – “Comeu o gato demais,

e não foram ratazanas, mas fiambre e banhas,

Muito mal... febre! Este é o efeito!

Ó, por muito tempo guardará o leito,

E nada vai comer, a papa e basta:

Guarda, ó Deus, linguiça, toucinho, nada dessa casta!”

– “E um ratinho, não pode? – pergunta o gato –

Ou algumas coxinhas de um pássaro?”

– “Guarda, ó Deus! Sanguessuga e fazemos regime!

O sucesso na cura depende desse descrime”.

E estava na cama, o pobre gato,

Sem comer nada, de longe cheirava um rato.

Foi todo ganância! Comeu em exagero;

Por isso teve um castigo severo.

Isso vos pode tocar, petizes meus,

De ganância, guarda, ó Deus!


Referência:

JACHOWICZ, Stanisław. Chory kotek / O gato doente. Tradução de M. Naumczuk. In: REVISTA Ponto ¿? Signo. Gatos. Instituto de Estudos Ibéricos e Ibero-americanos da Universidade de Varsóvia, ano 10, n. 25, mar. 2013. p. 23. Disponível neste endereço. Acesso em: 10 mai. 2021.

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