Alpes Literários

Alpes Literários

Subtítulo

UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Lord Byron - Estâncias

Há nestas estâncias de Byron um chamado para que nos comprometamos com a luta pela liberdade e um padrão moral mais elevado, onde quer que estejamos – em casa, digo melhor, em nosso próprio país, ou no estrangeiro – e, em razão disso, aumentarmos as chances de sermos condecorados, desde que – e aqui vai toda a ironia e o humor idiossincrático do poeta – não sejamos, antes disso, baleados ou enforcados.

O poema diz muito sobre o próprio Byron e a sua forma romântica de apreender os fatos: se não teve “liberdade para lutar em casa” (será verdade?), esteve ele envolvido na Guerra de Independência da Grécia contra o Império Otomano (1821-1829), motivo pelo qual muitos gregos reverenciam-no como um herói nacional.

J.A.R. – H.C.

 

George Gordon Byron

(1788-1824)

Retrato por Thomas Phillips

 

Stanzas

 

When a man hath no freedom to fight for at home,

Let him combat for that of his neighbours;

Let him think of the glories of Greece and of Rome,

And get knock’d on the head for his labours.

 

To do good to mankind is the chivalrous plan,

And is always as nobly requited;

Then battle for freedom whenever you can,

And, if not shot or hang’d, you’ll be knighted.

 

November 1820

 

Área Atribulada

(Merlyn Evans: pintor galês)

 

Estâncias

 

Liberdade não há por que lutar na pátria

Que pela dos vizinhos se combata;

Que se pense na glória da Hélade ou de Roma,

E se receba a morte em troca da bravata.

        

Fazer o bem à humanidade é o fim cavalheiresco,

E sempre nobremente ele é recompensado;

Lutai portanto pela liberdade onde puderdes:

Sofreis fuzil ou forca, ou sois condecorado.

 

Novembro de 1820


Referência:

BYRON, G. G. Stanzas / Estâncias. Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos. In: ___________. Poemas. Edição bilíngue. 2. ed. Organização e tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos. São Paulo, SP: Hedra, 2011. Em inglês: p. 148; em português: p. 149.

Nenhum comentário:

Postar um comentário