Há nestas estâncias de Byron um chamado para que nos comprometamos com a luta pela liberdade e um padrão moral mais elevado, onde quer que estejamos – em casa, digo melhor, em nosso próprio país, ou no estrangeiro – e, em razão disso, aumentarmos as chances de sermos condecorados, desde que – e aqui vai toda a ironia e o humor idiossincrático do poeta – não sejamos, antes disso, baleados ou enforcados.
O poema diz muito sobre o próprio Byron e a sua forma romântica de apreender os fatos: se não teve “liberdade para lutar em casa” (será verdade?), esteve ele envolvido na Guerra de Independência da Grécia contra o Império Otomano (1821-1829), motivo pelo qual muitos gregos reverenciam-no como um herói nacional.
J.A.R. – H.C.
George Gordon Byron
(1788-1824)
Retrato por Thomas Phillips
Stanzas
When a man hath no freedom to fight for at home,
Let him combat for that of his neighbours;
Let him think of the glories of Greece and of Rome,
And get knock’d on the head for his labours.
To do good to mankind is the chivalrous plan,
And is always as nobly requited;
Then battle for freedom whenever you can,
And, if not shot or hang’d, you’ll be knighted.
November 1820
Área Atribulada
(Merlyn Evans: pintor galês)
Estâncias
Liberdade não há por que lutar na pátria
Que pela dos vizinhos se combata;
Que se pense na glória da Hélade ou de Roma,
E se receba a morte em troca da bravata.
Fazer o bem à humanidade é o fim cavalheiresco,
E sempre nobremente ele é recompensado;
Lutai portanto pela liberdade onde
puderdes:
Sofreis fuzil ou forca, ou sois
condecorado.
Novembro de 1820
Referência:
BYRON, G. G. Stanzas / Estâncias.
Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos. In: ___________. Poemas.
Edição bilíngue. 2. ed. Organização e tradução de Péricles Eugênio da Silva
Ramos. São Paulo, SP: Hedra, 2011. Em inglês: p. 148; em português: p. 149.
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