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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Thomas Moore - O Tempo que Perdi a Cortejar

Eis um poema que muito se associa à maioria dos homens, em sua busca irrefreável por mulheres e mulheres. Afinal, como afirma o cantor e compositor Zé Ramalho, sem elas a história seria mentirosa! Ou na visão de outro grande da MPB, Gilberto Gil, quem saberia dizer se o curso da história não seria a resultante da influência feminina, mais do que qualquer outra coisa!?

Cumpre informar que a terceira estrofe do poema não consta na transcrição da antologia de Pinsky & Dietz, embora se possa facilmente ratificar sua existência pelos trabalhos poéticos completos de Moore, cuja referência apresento, por igual, lá pelo sul desta postagem.

J.A.R. – H.C.


Thomas Moore
(1779-1852)

The Time I’ve Lost in Wooing

The time I’ve lost in wooing,
In watching and pursuing
The light, that lies
In woman’s eyes,
Has been my heart’s undoing.
Though Wisdom oft has sought me,
I scorn’d the lore she brought me,
My only books
Were woman’s looks,
And folly’s all they’ve taught me.

Her smile when Beauty granted,
I hung with gaze enchanted,
Like him the sprite,
Whom maids by night
Oft meet in glen that’s haunted.
Like him, too, Beauty won me,
But while her eyes were on me,
If once their ray
Was turn’d away,
Oh! winds could not outrun me.

And are those follies going?
And is my proud heart growing
Too cold or wise
For brilliant eyes
Again to set it glowing?
No, vain, alas! th’ endeavour
From bonds so sweet to sever;
Poor Wisdom’s chance
Against a glance
Is now as weak as ever.

As Promessas do Bote do Amor
(Vladimir Volegov: pintor russo)

O Tempo que Perdi a Cortejar

O tempo que perdi a cortejar,
A observar e a perseguir
A luz que reside nos olhos
Das mulheres
Foi a ruína do meu coração.
Mesmo com a sabedoria ao meu lado,
Desprezei o legado que se me oferecia;
Meus únicos livros
Eram os olhares das mulheres,
E a loucura é tudo que me ensinaram.

Quando a beleza proveu-lhes o sorriso,
Retive-o com um olhar encantado,
Parecido a um duende,
Com quem as donzelas à noite
Se encontram num vale assombrado.
Tal como a ele, a beleza me seduziu,
Pelo tempo de pouso dos seus olhos,
Muito embora tão logo seus raios
Se desviassem.
Oh! superaram-me os ventos sem rogo.

E essas loucuras vão-se um dia?
Estará o meu coração se tornando
Mais frio ou sábio
Para que os olhos brilhantes
Voltem a se iluminar?
Não, debalde, ai de mim! o esforço
Por vínculos tão doces para se romper;
A chance da pobre sabedoria
Contra uma vista d’olhos
Está agora tão débil como sempre.

Referências:

MOORE, Thomas. The time I’ve lost in wooing. In: PINSKY, Robert; DIETZ, Maggie (Eds.). American’s favorite poems: the favorite poem project anthology. New York, NY: W. W. Norton, 2000. p. 199.

MOORE, Thomas. The time I’ve lost in wooing. In: __________. The poetical works of Thomas Moore. Edited by A. D. Godley. London, EN: Henry Frowde & Oxford University Press, 1910. p. 208.

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