Mais que uma necessidade física de um lugar para descanso, o sujeito
lírico, identificado com o próprio Cristo, procura abrigo nos corações dos
homens, ali onde a sua palavra busca reverberar, para transportá-los até a
plena luz da espiritualidade, em seus pensamentos, ações e emoções.
Suckling refere-se a homens que não acolhem a palavra de Cristo como possuidores
de um coração de barro e não de carne, portanto, com o seu eixo de empatia
enrijecido o suficiente para que uma palavra de fraternidade possa encontrar acolhida.
J.A.R. – H.C.
John Suckling
(1609-1641)
Upon Christ His Birth
Strange news! a city
full? will none give way
To lodge a guest that
comes not every day?
No inn, nor tavern
void? yet I descry
One empty place
alone, where we may lie:
In too much fullness
is some want: but where?
Men’s empty hearts:
let’s ask for lodging there.
But if they not admit
us, then we’ll say
Their hearts, as well
as inns, are made of clay.
Anjos anunciam o nascimento
de Cristo aos pastores
(Govert Teunisz
Flinck: pintor holandês)
Sobre Cristo e Seu Nascimento
Notícias estranhas!
uma cidade cheia? Ninguém se disporá
A alojar um hóspede
que não aparece todos os dias?
Nenhum albergue, nem
taberna vazia? Porém eu descubro
Um lugar vago e
retirado, onde poderemos repousar:
Em tanta plenitude
alguma carência remanesce: mas onde?
Nos vazios corações
dos homens: pediremos abrigo lá.
Mas se eles não nos
admitirem, então lhes diremos que
Nada mais são do que
barro os seus corações e albergues.
Referência:
SUCKLING, John. Upon Christ his birth. In:
HOLLANDER, John; McCLATCHY, J. D. (Sel. & Ed.). Christmas poems. New York, NY: Alfred A. Knopf, 1999. p. 45. (‘Everyman’s
Library: Pocket Poets’)
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