Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sábado, 16 de dezembro de 2017

Emílio Moura - Poemeto de Natal ‎

O poeta indaga pelos mistérios que associam a divindade do menino às mais categóricas exteriorizações da realidade empírica – estrela, vento, espaço –, prenunciando a singularidade de seus desígnios sobre a terra: espírito revigorante com a missão de fazer circular a consciência mística de Deus entre os homens.

A sua estrela representa uma insígnia para a iluminação e expansão da dinâmica interior, motivo por que a mensagem de Cristo ainda permanece contemporânea, para além dos efeitos corrosivos do tempo: “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, para dar luz a todos que estão na casa” (Mateus 5:14,15).

J.A.R. – H.C.

Emílio Guimarães Moura
(1902-1971)

Poemeto de Natal

(Para Sérgio)

Que diz a estrela
ao menino? Que segredo,
rápido, baixa, sobre a fronte
que se ilumina e capta
o esquivo maravilhoso?

Que diz o vento
ao menino? Que desígnios
esconde? Que ária inventa,
entre flores e frondes,
para que o infante durma?

Que múrmura mensagem
corta o espaço? Que elo,
rútilo, anula
a infinita distância
entre o menino e a estrela?

A Natividade
(Gustave Doré: artista francês)

Referência:

MOURA, Emílio. Poemeto de natal. In: __________. 50 poemas escolhidos pelo autor. Rio de Janeiro, GB: Ministério da Educação e Cultura, 1961. p. 55. (‘Os cadernos de cultura’; v. 126)


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