Alpes Literários

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Subtítulo

UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Paul Marie Verlaine - Canção

Um poeta consciente da fragilidade humana, da fugacidade da vida, do puro e simples fluir da existência, num momento em que a juventude já se foi, ficando-lhe certa compunção nos lábios: esta é a resenha que Verlaine extrai do momento em que redige o poema.

Tudo são impressões que lhe invadem os olhos, num estado mental que se pressente débil, ante o “lamento” que se metaforiza por meio do canto do pássaro, de tal modo que se tornam explícitos os recursos literários, visuais e auditivos, empregados pelo poeta.

J.A.R. – H.C.

Paul Marie Verlaine
(1844-1896)

Le ciel est par-dessus le toit

Le ciel est, par-dessus le toit,
Si bleu, si calme!
Un arbre, par-dessus le toit,
Berce sa palme.

La cloche, dans le ciel qu’on voit,
Doucement tinte.
Un oiseau sur l’arbre qu’on voit
Chante sa plainte.

Mon Dieu, mon Dieu, la vie est là
Simple et tranquille.
Cette paisible rumeur-là
Vient de la ville.

Qu’as-tu fait, ô toi que voilà
Pleurant sans cesse,
Dis, qu’as-tu fait, toi que voilà,
De ta jeunesse?

O Campanário de Douai
(Camille Corot: pintor francês)

Canção

O céu azul sobre o telhado
repousa em calma.
Uma árvore sobre o telhado
balança a palma.

A voz de um sino mansamente
ressoa no ar.
Um passarinho mansamente
põe-se a cantar.

Meu Deus, meu Deus, esta é que é a vida,
simples, tranquila,
como o rumor suave de vida
que vem da vila.

– Tu que aí choras, que é que fizeste,
dize, em verdade,
tu que aí choras, que é que fizeste
da mocidade?

Referências:

Em Francês

VERLAINE, Paul Marie. Le ciel est par-dessus le toit. Disponível neste endereço. Acesso em: 27 ago. 2017.

Em Português

VERLAINE, Paul Marie. Canção. Tradução de Onestaldo de Pennafort. In: LISBOA, Henriqueta (Org.). Antologia escolar de poemas para a juventude. Rio de Janeiro, RJ: Ediouro - Tecnoprint, 1981. p. 120.

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