Que tal este belo e muito conhecido
poema de Whitman para começar o dia?! Faz ele menção à morte do presidente
norte-americano Abraham Lincoln, o capitão evocado pelo poeta, abatido no
convés do navio que singra o vasto mar da História, pouco depois de finda a
Guerra Civil nos EUA.
Parte do poema é recitado pelo ator
Robin Williams, no não menos famoso e belo filme – além de trágico –, “Sociedade
dos Poetas Mortos” (“Dead Poets Society”), do diretor australiano Peter Weir,
de 1989 (vide trecho a seguir postado).
J.A.R. – H.C.
Walt Whitman
(1819-1892)
O Captain! My
Captain!
O captain! my captain!
our fearful trip is done;
The ship has
weather’d every rack, the prize we sought is won;
The port is near, the
bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the
steady keel, the vessel grim and daring;
But O heart! heart!
heart!
Leave you not the
little spot, (1)
Where on the deck my captain
lies,
Fallen cold and dead.
O captain! my captain!
rise up and hear the bells;
Rise up – for you the
flag is flung – for you the bugle trills;
For you bouquets and
ribbon’d wreaths – for you the shores a-crowding;
For you they call,
the swaying mass, their eager faces turning;
O captain! dear
father! (2)
This arm I push
beneath you; (3)
It is some dream that
on the deck,
You’ve fallen cold
and dead.
My captain does not
answer, his lips are pale and still;
My father does not
feel my arm, he has no pulse nor Will;
But the ship, the
ship is anchor’d safe, its voyage closed and done; (4)
From fearful trip,
the victor ship, comes in with object won:
Exult, O shores, and
ring, O bells!
But I, with silent
tread, (5)
Walk the spot my
captain lies, (6)
Fallen cold and dead.
Sociedade dos Poetas
Mortos
(Direção: Peter Weir
– 1989 – Excerto)
Ó Capitão! meu
Capitão!
Ó Capitão! meu
Capitão! Finda é a temível jornada,
Vencida cada
tormenta, a busca foi laureada.
O porto é ali, os
sinos ouvi, exulta o povo inteiro,
Com o olhar na quilha
estanque do vaso ousado e austero.
Mas ó coração,
coração!
O sangue mancha o
navio,
No convés, meu
Capitão
Vai caído, morto e
frio.
Ó Capitão! meu
Capitão! Ergue-te ao dobre dos sinos;
Por ti se agita o
pendão e os clarins tocam teus hinos.
Por ti buquês,
guirlandas... Multidões as praias lotam,
Teu nome é o que elas
clamam; para ti os olhos voltam.
Capitão, querido pai,
Dormes no braço
macio...
É meu sonho que ao
convés
Vais caído, morto e
frio.
Ah! meu Capitão não
fala, foi do lábio o sopro expulso,
Meu calor meu pai não
sente, já não tem vontade ou pulso.
Da nau ancorada e
ilesa, a jornada é concluída.
E lá vem ela em
triunfo da viagem antes temida.
Povo, exulta! Sino,
dobra!
Mas meu passo é tão
sombrio...
No convés meu Capitão
Vai caído, morto e
frio.
Nota:
A referência em inglês, abaixo
mencionada, apresenta diferenças nos textos dos versos identificados mais
acima, em cotejo com a versão que consta, por exemplo, no endereço da Wikipédia, vale
dizer:
(1) “O the bleeding drops of red,”;
(2) “Here captain! dear father!”;
(3) “This arm beneath your head!”;
(4) “The ship is anchor’d safe and sound,
its voyage closed and done,”;
(5) “But I with mournful tread,”;
(6) “Walk the deck my captain lies,”.
Decerto, tais disparidades decorrem,
efetivamente, de revisões ao texto original, promovidas pelo próprio poeta.
Referências:
Em Inglês
WHITMAN, Walt. O captain! my captain!
In: SMITH, Philip (Ed.). 100 best-loved poems. New York, NY: Dover
Publication Inc., 1995. p. 66-67.
Em Português
WHITMAN, Walt. Ó capitão! meu capitão.
Tradução de Luciano Alves Meira. In: __________. Folhas de relva. Texto
integral. Tradução e introdução de Luciano Alves Meira. 2. ed. São Paulo (SP):
Martin Claret, 2012. p. 334-335. (Série Ouro: Coleção A Obra-Prima de Cada
Autor, n. 42)
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