Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Walt Whitman - Ó Capitão! meu Capitão!

Que tal este belo e muito conhecido poema de Whitman para começar o dia?! Faz ele menção à morte do presidente norte-americano Abraham Lincoln, o capitão evocado pelo poeta, abatido no convés do navio que singra o vasto mar da História, pouco depois de finda a Guerra Civil nos EUA.

Parte do poema é recitado pelo ator Robin Williams, no não menos famoso e belo filme – além de trágico –, “Sociedade dos Poetas Mortos” (“Dead Poets Society”), do diretor australiano Peter Weir, de 1989 (vide trecho a seguir postado).

J.A.R. – H.C.

Walt Whitman
(1819-1892)

O Captain! My Captain!

O captain! my captain! our fearful trip is done;
The ship has weather’d every rack, the prize we sought is won;
The port is near, the bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring;
But O heart! heart! heart!
Leave you not the little spot, (1)
Where on the deck my captain lies,
Fallen cold and dead.

O captain! my captain! rise up and hear the bells;
Rise up – for you the flag is flung – for you the bugle trills;
For you bouquets and ribbon’d wreaths – for you the shores a-crowding;
For you they call, the swaying mass, their eager faces turning;
O captain! dear father! (2)
This arm I push beneath you; (3)
It is some dream that on the deck,
You’ve fallen cold and dead.

My captain does not answer, his lips are pale and still;
My father does not feel my arm, he has no pulse nor Will;
But the ship, the ship is anchor’d safe, its voyage closed and done; (4)
From fearful trip, the victor ship, comes in with object won:
Exult, O shores, and ring, O bells!
But I, with silent tread, (5)
Walk the spot my captain lies, (6)
Fallen cold and dead.

Sociedade dos Poetas Mortos
(Direção: Peter Weir – 1989 – Excerto)

Ó Capitão! meu Capitão!

Ó Capitão! meu Capitão! Finda é a temível jornada,
Vencida cada tormenta, a busca foi laureada.
O porto é ali, os sinos ouvi, exulta o povo inteiro,

Com o olhar na quilha estanque do vaso ousado e austero.
Mas ó coração, coração!
O sangue mancha o navio,
No convés, meu Capitão
Vai caído, morto e frio.

Ó Capitão! meu Capitão! Ergue-te ao dobre dos sinos;
Por ti se agita o pendão e os clarins tocam teus hinos.
Por ti buquês, guirlandas... Multidões as praias lotam,
Teu nome é o que elas clamam; para ti os olhos voltam.
Capitão, querido pai,
Dormes no braço macio...
É meu sonho que ao convés
Vais caído, morto e frio.

Ah! meu Capitão não fala, foi do lábio o sopro expulso,
Meu calor meu pai não sente, já não tem vontade ou pulso.
Da nau ancorada e ilesa, a jornada é concluída.
E lá vem ela em triunfo da viagem antes temida.
Povo, exulta! Sino, dobra!
Mas meu passo é tão sombrio...
No convés meu Capitão
Vai caído, morto e frio.

Nota:

A referência em inglês, abaixo mencionada, apresenta diferenças nos textos dos versos identificados mais acima, em cotejo com a versão que consta, por exemplo, no endereço da Wikipédia, vale dizer:

(1) “O the bleeding drops of red,”;
(2) “Here captain! dear father!”;
(3) “This arm beneath your head!”;
(4) “The ship is anchor’d safe and sound, its voyage closed and done,”;
(5) “But I with mournful tread,”;
(6) “Walk the deck my captain lies,”.

Decerto, tais disparidades decorrem, efetivamente, de revisões ao texto original, promovidas pelo próprio poeta.

Referências:

Em Inglês

WHITMAN, Walt. O captain! my captain! In: SMITH, Philip (Ed.). 100 best-loved poems. New York, NY: Dover Publication Inc., 1995. p. 66-67.

Em Português

WHITMAN, Walt. Ó capitão! meu capitão. Tradução de Luciano Alves Meira. In: __________. Folhas de relva. Texto integral. Tradução e introdução de Luciano Alves Meira. 2. ed. São Paulo (SP): Martin Claret, 2012. p. 334-335. (Série Ouro: Coleção A Obra-Prima de Cada Autor, n. 42)

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