Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quarta-feira, 3 de maio de 2017

George Mackay Brown - O poeta

Brown, autor escocês, afirma no poema abaixo que o poeta é, antes de tudo, um artesão, embora, num sentido mais profundo, tenha uma função maior, essencialmente solitária, qual seja, a “a interrogação do silêncio”.

 

Trata-se de um aedo, em suma, a distribuir música e dança ao povo, enquanto vaga a difundir a notícia da terra, do mundo supremo, das forças universais a se expressarem por meio de mais ninguém, cujas palavras são permeadas de grande mutismo.

 

J.A.R. – H.C.

 

George Mackay Brown

(1921-1996)

 

The poet

 

Therefore he no more troubled the pool of silence.

But put on mask and cloak,

Strung a guitar

And moved among the folk.

Dancing they cried,

‘Ah, how our sober islands

Are gay again, since the blind lyrical tramp

Invaded the Fair!’

 

Under the last dead lamp

When all the dancers and masks had gone inside

His cold stare

Returned to its true task, interrogation of silence.

 

Dança para a Música do Tempo

(Nicolas Poussin: pintor francês)

 

O poeta

 

Daí ele não mais turbou o poço do silêncio.

Mas pôs-se a máscara e o manto,

Encordoou um violão

E circulou entre as pessoas.

Dançando elas gritaram,

“Ah, como nossas sóbrias ilhas

Estão alegres novamente, desde que o cego e lírico errante

Invadiu a Feira!”

 

Sob a última lâmpada apagada

Quando todos os dançarinos e máscaras haviam se retirado

Seu olhar frio

Retornou à sua verdadeira tarefa, a interrogação do silêncio.

 

Referência:

 

BROWN, George Mackay. The poet. In: BENSON, Gerard; CHERNAIK, Judith; HERBERT, Cicely (Eds.). Best ‎‎poems on the underground. 1st. publ. London, EN: Weidenfeld & Nicolson, ‎‎2009. p. 33.

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