Este enigmático soneto de Frost permite
inúmeras interpretações. A mais evidente é a de que o poeta alude ao necessário
equilíbrio nos laços mantidos pelos amantes, nem tão rígidos nem tão lassos, de
forma a conservar saudável o relacionamento.
Por outra via, o poema pode ser
entendido como uma vistosa metáfora para a poesia no contexto de vidas e
relacionamentos: pairando no solo, há uma tenda que se encontra suficientemente
fixada, mas que aponta para o céu, dicção que permite apreciar a relação humana
numa dimensão mais ascética ou espiritual.
J.A.R. – H.C.
Robert Frost
(1874-1963)
The Silken Tent
She is as in a field
a silken tent
At midday when a
sunny summer breeze
Has dried the dew and
all its ropes relent,
So that in guys it
gently sways at ease,
And its supporting
central cedar pole,
That is its pinnacle
to heavenward
And signifies the
sureness of the soul,
Seems to owe naught
to any single cord,
But strictly held by
none, is loosely bound
By countless silken
ties of love and thought
To everything on
earth the compass round,
And only by one’s
going slightly taut
In the capriciousness
of summer air
Is of the slightest
bondage made aware.
A Gaiola do Pássaro
(Steven Kenny:
artista norte-americano)
A Tenda de Seda
Ela é como uma tenda
de seda num prado,
Ao meio dia, quando
uma brisa ensolarada de verão
Houver dissipado o orvalho e folgado todas as suas cordas,
De modo que, desentesada em seus cabos, oscila suavemente,
E o seu polo central de sustentação em cedro,
E o seu polo central de sustentação em cedro,
Enquanto pináculo
apontando em direção ao céu,
A significar a
segurança da alma,
Parece não dever nada
a qualquer corda,
Mas sem estar seguro estritamente por nenhuma,
mantém-se folgadamente atado,
mantém-se folgadamente atado,
Por incontáveis laços
de seda de amor e pensamento,
A tudo que sobre a
terra a bússola espreita,
E somente o que se conduz ligeiramente tensionado,
Na caprichosidade do ar
de verão,
Torna-se consciente do tênue vínculo.
Referência:
FROST, Robert. The silken tent. In:
UNTERMEYER, Louis (Ed.). 50 modern and british poets: 1920-1970. New
York, NY: David McKay Company Inc., 1973. p. 5.
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