Wallace teoriza sobre a teoria: assume a palavra pela senhora e pronuncia
um discurso que supõe haver dela saído. A teoria, desse jeito, seria aquilo que
está ao seu redor, afinal, para que uma teoria tenha validade haveremos de
chamá-la a uma condição de presença, por meio de um teste capaz de comprovar a
sua aderência ao mundo real à volta.
Wallace adota exemplos para convalidar as suas asserções. Eis o melhor: para
se ser duquesa, nada de distâncias na escala de anos-luz. Ou a condição se
concretiza nas imediações de uma carruagem, ou será melhor declinar do desejo
de assumir um posto de nobreza!
J.A.R. – H.C.
Wallace Stevens
(1879-1955)
Theory
I am what is around me.
Women understand this.
One is not duchess
A hundred yards from a carriage.
These, then are portraits:
A black vestibule;
A high bed sheltered by curtains.
These are merely instances.
In: “Harmonium” (1917)
São Jorge
(Kurt Wenner: artista
norte-americano)
Teoria
Sou o que me rodeia.
As mulheres
compreendem isto.
Não se pode ser duquesa
A cem jardas de uma
carruagem.
Estes, portanto, são
retratos:
Um vestíbulo negro;
Uma cama alta
recoberta de cortinas.
Eis aí meros
exemplos.
Em: “Harmônio” (1917)
Referência:
STEVENS, Wallace. Theory. In: __________. The collected poems. 11th printing. New York, NY: Alfred A. Knopf, feb.
1971. p. 86-87.
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