Hoje, aniversário da cidade de São Paulo, carinhosamente chamada de “Sampa”
pelos paulistanos, a homenageamos com um poema no qual o poeta modernista
declama a sua paixão pela capital paulista. São Paulo seria uma verdadeira
comoção em sua vida!
O poema, abertura da obra “Pauliceia Desvairada”, de 1922, pejado de
imagens líricas, não dá conta da diversidade do enorme núcleo metropolitano, sua
crueza, favelas, trânsito estressante, turbulência. Penso que a letra de “Sampa”,
do compositor Caetano Veloso, diga mais sobre o que se tornou São Paulo com o
tempo: “a força da grana que ergue e destrói coisas belas!”.
J.A.R. – H.C.
Mário de Andrade
(1893-1945)
Inspiração
São Paulo! comoção de
minha vida...
Os meus amores são
flores feitas de original!...
Arlequinal!... Traje
de losangos... Cinza e ouro...
Luz e bruma... Forno
e inverno morno...
Elegâncias sutis sem
escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de Paris...
Arys!
Bofetadas líricas no
Trianon... Algodoal!...
São Paulo! comoção de
minha vida...
Galicismo a berrar
nos desertos da América!
Teatro Municipal de São Paulo
(Maja Wronska:
artista polonesa)
Referência:
ANDRADE, Mário de. Inspiração. In:
__________. Pauliceia desvairada. 1.
ed. Barueri, SP: Ciranda Cultural, 2016. p. 21. (“Clássicos da Literatura”)
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