O poeta quase reprisa o enredo bíblico do filho pródigo: seu rebento
havia retornado de vagares e errâncias e, pelo momento, imaginou que ele
pudesse considerar – por um bom tempo ou, quem sabe, para sempre –, a sua
companhia serena e tranquila.
Contudo, mal o alvorecer surgia, o filho partiu novamente para longe,
rejeitando a paz e a segurança oferecidas pelo pai: imagina o poeta que os céus
não aceitaram a sua valiosa proposta de resgate, ironicamente um símbolo de virtual
renúncia à riqueza terrena.
J.A.R. – H.C.
(1868-1933)
Der Einsiedel
Ins offne fenster nickten die hollunder
Die ersten reben standen in der bluht,
Da kam mein sohn zurück vom land der wunder,
Da hat mein sohn an meiner brust geruht.
Ich ließ mir allen seinen kummer beichten,
Gekränkten stolz auf seinem erden-ziehn –
Ich hätte ihm so gerne meinen leichten
Und sichern frieden hier bei mir verliehn.
Doch anders fügten es der himmel sorgen –
Sie nahmen nicht mein reiches lösegeld…
Er ging an einem jungen ruhmes-morgen.
Ich sah nur fern noch seinen schild im feld.
O Eremita
Arte Digital
(Bob Nolin: artista norte-americano)
O Eremita
Saudavam-me os
sabugueiros pela janela aberta,
As primeiras videiras
já estavam em flor,
Quando meu filho
regressou do país da magia,
E logo em meu peito pôs-se
a descansar.
Deixei que me revelasse
todo o seu desconsolo,
O orgulho ferido em seus
excessos mundanos –
Como eu teria ficado
feliz em fazê-lo considerar
A segura guarida e a tranquilidade
ao meu lado.
Mas assim não dispuseram
os cuidados dos céus –
Que relutaram em
aceitar o meu precioso resgate...
Partiu quando uma
nova aurora de glória renascia.
Avistei-lhe só o escudo
já a distância no campo.
Referência:
GEORGE, Stefan. Der einsiedel. In: PLOTZ, Helen (Sel.). Poems from the german. Drawings by
Ismar David. A Bilingual Edition: German - English. New York, NY: Thomas Y.
Crowell Company, 1967. p. 80.
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