Claude McKay foi um escritor e poeta norte-americano de origem
jamaicana, que deve ter sofrido na pele os efeitos da discriminação racial, em
meados das primeiras décadas do século passado, haja vista o teor incisivo do poema
abaixo.
Ele exorta os seus pares a resistirem à violência infame dos que os
provocam, como resposta à violência racial, mesmo que isso leve ao próprio
aniquilamento, porque mínimas ou precárias são as chances de vitória.
J.A.R. – H.C.
Claude McKay
(1889-1948)
If We Must Die
If we must die, let it not be like hogs
Hunted and penned in an inglorious spot,
While round us bark the mad and hungry dogs,
Making their mock at our accursed lot.
If we must die, oh, let us nobly die,
So that our precious blood may not be shed
In vain; then even the monsters we defy
Shall be constrained to honor us though dead!
Oh, Kinsmen! We must meet the common foe!
Though far outnumbered, let us show us brave,
And for their thousand blows deal one deathblow!
What though before us lies the open grave?
Like men we’ll face the murderous, cowardly pack,
Pressed to the wall, dying, but fighting back!
Jovem Negro de libré no Leste da Europa
(Marten van Mytens
III: pintor sueco)
Se Havemos de Morrer
Se havemos de morrer,
que não seja como porcos,
caçados e
encurralados em um lugar inglório,
enquanto à nossa
volta ladram os cães feros e famintos
a enunciar
achincalhes ao nosso maldito destino.
Se havemos de morrer,
que morramos nobremente,
para que não se
derrame o nosso precioso sangue
em vão; que até mesmo
os monstros que desafiamos
sejam forçados a
honrar-nos se estivéssemos mortos!
Oh, irmãos! Lutemos
contra o nosso mesmo inimigo!
Embora sejamos em
menor número, mostremo-nos bravos,
e contra seus mil
golpes revidemos com um só mortal!
Que importa se já nos
aguarda a tumba aberta?
Enfrentemos como
homens a assassina e covarde matilha,
e, contra a parede,
morramos, porém lutando.
Referência:
McKAY, Claude. If we must die. In: MAGALHÃES JÚNIOR, Eduardo. Tickling the muses: anthology of
american poetry. Maceió, AL: Edufal - Editora da Universidade Federal de
Alagoas, 1989. p. 54.
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muito bom!
ResponderExcluirQue bom que você gostou!
ExcluirJ. A. Rodrigues